Passos Coelho tenta segurar Lisboa com Pedro Pinto

Distrital pode ser palco de uma disputa eleitoral já em Julho.

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Pedro Pinto foi candidato à Câmara de Sintra em 2013 bruno simoes castanheira (colaborador)
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Pedro Pinto foi candidato à Câmara de Sintra em 2013 Bruno Simoes Castanheira (colaborador)

Com a inesperada marcação de eleições, a distrital de Lisboa do PSD poderá ser palco de uma luta interna entre o lado da liderança de Passos Coelho e uma facção de oposição. Do lado da direcção, a aposta é em Pedro Pinto, que é muito próximo de Passos Coelho.

Pedro Pinto, 61 anos, foi vice-presidente nas anteriores direcções de Passos Coelho e tem com o líder uma relação antiga que vem desde os tempos da JSD, estrutura de que foi o primeiro líder. Ao PÚBLICO, o deputado assume que “há um conjunto de pessoas” que o estão a desafiar e que está “a pensar em ser candidato”. O líder do PSD tenta, assim, segurar uma das distritais mais importantes do partido e onde há uma bolsa de descontentamento e de oposição. 

As eleições na distrital de Lisboa deverão acontecer na primeira semana de Julho, avançou Pedro Pinto, que é também presidente da mesa da assembleia desta estrutura. A convocação inesperada acontece depois de o actual líder, Miguel Pinto Luz, ter comunicado que não está disponível para prolongar o mandato que termina a 20 de Junho para depois das autárquicas como era expectável.

A saída inesperada está a gerar reacções negativas entre alguns sociais-democratas de Lisboa que consideram ter sido uma manobra para provocar eleições num curto espaço de tempo, para não permitir a organização de candidaturas de oposição à liderança de Passos Coelho. Pedro Pinto disse que é um “tempo normal de convocação” de eleições e que a data não é adiada para não coincidir com as férias de Verão.

Ao que o PÚBLICO apurou, nesta sexta-feira, um dia depois do anúncio da saída de Pinto Luz, já houve um almoço na Baixa de Lisboa para preparar uma candidatura contra Pedro Pinto. Só que do lado dos apoiantes da liderança de Passos Coelho acredita-se que Pedro Pinto terá consigo a maioria das concelhias, à excepção da de Lisboa, onde o líder interino Rodrigo Gonçalves detém cerca de metade dos votos internos.

Miguel Pinto Luz, que liderou a distrital nos últimos seis anos e que atingiu o limite de mandatos, justifica a sua saída agora com o fecho do processo autárquico de escolha de candidatos e com a necessidade de fazer uma “sabática”. Mas o social-democrata assegurou ao PÚBLICO que vai integrar as listas para a Câmara de Cascais, onde actualmente é vice-presidente.

A concelhia de Lisboa continua a viver dias de turbulência. Uma proposta para destituir Rodrigo Gonçalves de presidente interino foi aprovada na comissão política da passada quinta-feira, mas o próprio não a considera válida, alegando que é preciso uma votação do plenário concelhio à luz dos estatutos do partido. Os que apoiam a destituição de Rodrigo Gonçalves argumentam que a sua liderança interina – depois da demissão de Mauro Xavier – também não foi caucionada por um plenário concelhio. 

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