Visita à Arábia Saudita rende "maior venda de armas" na história dos EUA

Trump assinou um gigantesco negócio de venda de armas à Arábia Saudita.

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Falta água potável no Iémen, onde está a haver uma epidemia de cólera YAHYA ARHAB/EPA
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Falta água potável no Iémen, onde está a haver uma epidemia de cólera YAHYA ARHAB/EPA

Donald Trump assinou com a Arábia Saudita um negócio para a venda de armamento no valor de 110 mil milhões de dólares, que inclui aviões militares, navios e mísseis – boa parte fabricada no reino do deserto, firmando a nova ambição da família real saudita de diversificar a economia para além do petróleo. Mas, tratando-se de tecnologia militar, a Administração Trump estará também a ajudar a monarquia saudita a afirmar-se como potência regional e reforçar a sua mão numa guerra mortífera como é a do Iémen.

Sete milhões de pessoas estão em risco de fome e 17 milhões precisam urgentemente de ajuda humanitária, após dois anos de guerra entre uma coligação de países árabes, liderada pela Arábia Saudita, contra os rebeldes houthi. Há pelo menos 30 mil pessoas afectadas por uma epidemia de cólera. Os houthi têm um apoio difuso do Irão – um motivo importante para justificar a intervenção saudita.

A concretização deste negócio de armas suscitou muitas críticas aos EUA – é uma forma de apoiar a guerra no Iémen, que foi iniciada pelos sauditas, e em que várias vezes foram denunciados crimes de guerra. As Nações Unidas tinham pedido ao Presidente Trump, que pressionasse “todas a partes, incluindo a Arábia Saudita”, para abreviar o fim do conflito, disse o New York Times.

Mas esta é “a maior venda de armas da história americana”, como disse ao Washington Post Joe Rixey, responsável pela Agência de Cooperação de Defesa do Pentágono. E tem como contrapartida investimentos sauditas nos EUA no valor de 20 mil milhões de dólares, através da criação de um novo fundo de investimento para a construção de infra-estruturas. De forma pragmática, o dinheiro terá falado mais alto.

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