Ministério russo do Interior afectado por ciberataque que atingiu mais de 70 países

A Rússia terá sido o país com o maior número de ataques na sequência do ataque informático que afectou várias empresas em diferentes países.

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Em Portugal, o Ministério Público está a acompanhar a situação REUTERS/KACPER PEMPEL

O ministério russo do Interior afirmou esta noite que o país foi afectado pelo ciberataque, que terá afectado mais de 70 países, incluindo Portugal. O ministério russo do Interior informou que os computadores, com sistema operativo Windows, foram atacados, num cibertaque que, segundo a empresa russa de segurança Kaspersky, atingiu pelo menos 74 países e provocou mais de 45 mil incidentes.

A Rússia terá sido o país com maior número de ataques, enquanto em Espanha e no Reino Unido foi afectado o funcionamento de empresas estatais e hospitais, mas sem atingir, até ao momento, infra-estruturas estratégicas. Há indicações também de ataques na India e Ucrânia, assim como em Portugal.

"Ransomware foi o [vírus] utilizado nos massivos ataques perpetrados por todo o mundo", acrescentou a empresa, numa referência à variação do popular vírus "WannaCry". Costin Raiu, um dos dirigentes da empresa, revelou que a mensagem que acompanha o ciberataque está escrito em romeno, que caracterizou como "muito bom", mas não o suficiente para ser escrito por um nativo da língua.

"O mesmo ocorreu no caso do espanhol", acrescentou o responsável, numa alusão a que a escolha do idioma será uma manobra para despistar. Kaspersky informou que o software malicioso foi identificado como MEM:Trojan.Win.64.EquationDrug.gen e que ao ser descarregado codifica os dados.

O passo seguinte deste malware é bloquear o funcionamento dos computadores e solicitar um resgate, maioritariamente numa moeda electrónica, sob ameaça de apagar os ficheiros encriptados. A empresa referiu que o ataque ocorreu através de um sistema de propagação que utiliza uma vulnerabilidade detectada na Microsoft.

Em Portugal, a Polícia Judiciária e o Ministério Público informaram estar a acompanhar a situação. No Reino Unido foram reportados importantes problemas informáticos em Hospitais do serviço nacional de saúde. Em Espanha, a multinacional de telecomunicações Telefónica foi obrigada a desligar os computadores da sua sede em Madrid, depois de detectar um vírus informático que bloqueou alguns equipamentos.

Este tipo de vírus surge habitualmente por correio electrónico de "origem desconhecida", com um documento em anexo e que o utilizador abre, por engano.

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