Era uma vez uma banda chamada... Ornatos Violeta

Em 2002, para tristeza de muita, muita gente, os Ornatos Violeta chegavam ao fim; sete anos depois, mais coisa menos coisa, Pedro Camacho descobria-os e ficava viciado. Apresentou-os à irmã, então com 11 anos, e à mãe, e a adição tornou-se familiar. "Andávamos no carro sempre a ouvi-los, foi a banda sonora daquela altura", recorda Matilde, hoje com 19 anos, que graças ao "olho" do irmão é até hoje fã devota de Manel Cruz e dos seus vários projectos — ainda que, "infelizmente", tenha perdido o regresso da mítica banda aos palcos, em 2012. No ano passado, quando teve de realizar a Prova de Aptidão Artística enquanto finalista de Comunicação Audiovisual da Escola Secundária Artística de Soares dos Reis, a jovem foi dar, invariavelmente, à banda de Cão (1997) e O Monstro Precisa de Amigos (1999). Para abordar o tema "culturas jovens da cidade do Porto", Matilde Camacho fez uma curta de cinco minutos em stopmotion sobre a história do grupo, formado em 1991 algures nos corredores da Soares dos Reis (chegaram a ser os Suores dos Reis). Durante dois períodos lectivos, trabalhou na narrativa de fio a pavio, com a preciosa supervisão dos próprios Ornatos, que a ajudaram a recolher informações fiéis. "O Peixe até partilhou o meu trabalho e comentou que é uma das poucas coisas dos Ornatos que não tem erros quanto à história", orgulha-se, entre risos. O vídeo já soma mais de 2.500 visualizações no Vimeo e está a fazer sucesso: venceu a categoria de Melhor Animação no Festival de Vídeo Escolar Ação03! e há uns dias foi eleito Melhor Filme no Cinedita - Festival de Curtas de Arganil. Um caminho que Matilde vai continuar a explorar no futuro, pois planeia estudar Animação a partir do próximo ano no Instituto Politécnico de Portalegre. Ou não. "Gosto de muita coisa. Gosto muito de música, de animação, de fotografia, não sei bem o que quero fazer. Talvez algo que una tudo." Estaremos atentos.