Primeiros números indicam menos afluência do que em 2007 e 2012

Sondagens apontam para a vitória do candidato centrista, mas espera-se uma elevada abstenção e uma grande percentagem de votos motivados apenas pela oposição à candidata da extrema-direita. Primeiras estimativas chegam às 19h.

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Cerca de 47 milhões de eleitores são chamados às urnas REUTERS/Robert Pratta
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O ainda Presidente François Hollande votou cedo, em Tulle, antes mesmo do que os dois candidatos que disputam a segunda volta, Macron e Le Pen. EPA/CAROLINE BLUMBERG
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François Hollande cumpre apenas um mandato no cargo. EPA/REGIS DUVIGNAU / POOL
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A taxa de participação, às 12h locais, era mais baixa do que a das duas eleições presidenciais anteriores EPA/CAROLINE BLUMBERG / POOL
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A segunda volta eleitoral decorre até às 20h locais, menos uma em Portugal continental REUTERS/Eric Gaillard
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Marine Le Pen é a candidata da Frente Nacional, partido anti-UE e anti-imigração. EPA/OLIVIER HOSLET
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A candidata votou em Henin-Beaumont, no norte da França EPA/OLIVIER HOSLET
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Um grupo de mulheres do movimento feminista Femen manifestou-se contra Marine Le Pe: "Marine no poder, Mariana [figura representativa da República) no desespero", lê-se na tela EPA/IAN LANGSDON
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O protesto das Femen aconteceu no mesmo local onde a líder da Frente Nacional votou, em Henin-Beaumont EPA/IAN LANGSDON
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A polícia interveio no sentido de travar o protesto... EPA/IAN LANGSDON
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...e recorreu à força física para afastar pelo menos uma das manifestantes... EPA/IAN LANGSDON
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....que ofereceu resistência, mas acabaria por ser retirada EPA/IAN LANGSDON
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As primeiras projecções de resultados serão conhecidas às 20h locais, menos uma hora em Portugal continental REUTERS/Emmanuel Foudrot
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Emmanuel Macron votou, por sua vez, em Le Touquet REUTERS/Philippe Wojazer
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Macron no momento em que deposita o voto dele na urna REUTERS/Philippe Wojazer
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Mais de 50 mil agentes nas ruas e um apertado esquema de vigilância fazem parte do plano de segurança deste acto eleitoral EPA/JULIEN DE ROSA

Há menos franceses a ir às mesas de voto neste domingo do que nas eleições de 2007 e 2012 à mesma hora, segundo os dados avançados pelo Ministério do Interior.

Às 12h locais (11h em Portugal continental) tinham votado 28,23% dos eleitores, uma queda em comparação com as duas últimas eleições – em 2007, na vitória do candidato da direita, Nicolas Sarkozy, tinham votado 34,11%; em 2012, quando venceu o candidato socialista, François Hollande, tinham votado 30,66%.

Depois de uma campanha tumultuosa, repleta de escândalos e surpresas, os eleitores franceses começaram a votar este domingo para escolherem o seu próximo Presidente, entre uma linha centrista e pró-União Europeia, representada por Emmanuel Macron, ou eurocéptica e anti-imigração, personificada por Marine Le Pen.

As sondagens que foram sendo feitas nas últimas semanas apontaram para o favoritismo de Macron, um ex-ministro da Economia de 39 anos que pretende unir a esquerda e a direita enquanto resiste a uma vaga mais radical que culminou com a vitória do “sim” no referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia e a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Mas se se registar uma surpresa este noite, após o encerramento das urnas, e a candidata da Frente Nacional vencer, então o próprio futuro da União Europeia poderá ficar em causa.

Emmanuel Macron, defensor de uma maior desregulação da economia francesa e de um aprofundamento da integração do país na União Europeia, tem registado uma vantagem média de 25 pontos percentuais em relação a Marine Le Pen nas sondagens.

As sondagens que antecederam a primeira volta das eleições, em Abril, revelaram-se correctas – com a passagem à segunda volta de Macron e Le Pen –, e os mercados financeiros reagiram bem ao aumento da vantagem do centrista em relação à candidata da extrema-direita após o debate televisivo realizado a meio da semana.

Apesar de tudo, numa campanha em que os favoritos iniciais foram caíndo uns após os outros, Le Pen e as suas propostas de encerramento das fronteiras e saída do euro estão mais perto do que nunca do poder do que a extrema-direita alguma vez esteve na Europa Ocidental desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Mesmo que as sondagens voltem a acertar, e Emmanuel Macron vença as eleições deste domingo com uma margem confortável, o centrista já admitiu que não terá nenhum período de graça.

A abstenção pode ser muito elevada, e perto de 60% dos eleitores que pensam em votar neste domingo dizem que só o farão para travarem a vitória de Marine Le Pen, e não porque apoiam Macron, um ex-banqueiro que passou para a política.

“A provável vitória não será um cheque em branco para Emmanuel Macron”, disse o instituto de sondagens Odoxa num comunicado. “Uma imensa maioria não estará a apoiá-lo com toda a convicção.”

Legislativas em Junho

Para além disso, a eleição deste domingo não será o fim da batalha entre uma linha mais tradicional e outra mais extremista em França, já que as eleições legislativas do próximo mês são igualmente cruciais.

Assim que as presidenciais fiquem resolvidas, as atenções vão virar-se imediatamente para a dúvida sobre se o vencedor será capaz de contar com uma maioria parlamentar para exercer o cargo. De acordo com a primeira sondagem, publicada esta semana, esse objectivo está ao alcance de Emmanuel Macron.

Mas muito vai depender do resultado de cada um dos candidatos este domingo – a sobrinha de Marine Le Pen, Marion Marechal-Le Pen, disse ao diário L’Opinion que um resultado de 40% seria uma “vitória estrondosa” para a Frente Nacional.

Seja quem for o vencedor, será aberto um novo capítulo na política francesa. Os maiores partidos da esquerda e da direita – o Partido Socialista e Os Republicanos – governaram o país nas últimas décadas, mas sofreram derrotas humilhantes na primeira volta destas eleições.

A campanha foi assolada por outra surpresa, na noite de sexta-feira, quando foram publicados na Internet documentos da campanha de Emmanuel Macron, incluindo e-mails e informações sobre transacções bancárias.

As 67 mil mesas de voto abriram às 8h (7h em Portugal continental). As primeiras estimativas serão avançadas às 20h (19h em Portugal continental), assim que todas as secções de voto estejam encerradas. Mais de 50 mil polícias vão estar a trabalhar este domingo e a segurança será a maior preocupação, depois dos ataques terroristas nos últimos dois anos e meio em cidades como Paris e Nice que fizeram mais de 230 mortos.

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