Facebook quer levar realidade aumentada às massas através da câmara do telemóvel

A rede social está a experimentar uma nova plataforma de realidade aumentada, que foi anunciada durante a conferência anual F8.

A realidade aumentada é central ao futuro do Facebook
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A realidade aumentada é central no futuro do Facebook Reuters/STEPHEN LAM
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Zuckerberg fez a intervenção de abertura da conferência anual da empresa Reuters/STEPHEN LAM

O Facebook quer que a realidade aumentada seja parte do dia-a-dia de todos os utilizadores do site. “As coisas na nossa vida não têm de ter um formato físico, podem ser digitais”, afirmou Mark Zuckerberg na abertura da décima edição da F8, a conferência anual em que apresenta os seus projectos a clientes, parceiros e programadores.

“No futuro, vamos poder ter uma televisão digital na parede através de uma aplicação que custa apenas um dólar”, disse Zuckerberg, ao apresentar uma nova plataforma que permite a terceiros desenvolver aplicações para fundir o mundo físico com o digital.

Nesse mundo, as estradas têm setas a apontar para o caminho certo, a casa transforma-se no castelo de Hogwarts de Harry Potter para festas de aniversário, os menus de restaurantes têm recomendações digitais deixadas por amigos que já visitaram o espaço, e uma mesa vazia numa sala de espera transforma-se num jogo de tabuleiro para entreter os filhos pequenos.

Porém, a visão do fundador do Facebook dispensa óculos adicionais. Embora Mark Zuckerberg se veja a utilizar lentes de contactos, ou óculos leves, para aceder a informação digital no mundo real, por agora, o telemóvel basta. “A câmara vai ser a primeira plataforma de massas para a realidade aumentada”, argumentou. É razão pela qual as aplicações do Facebook vêm agora com o ícone de câmara. Trata-se do primeiro passo da nova plataforma do Facebook, disponibilizada a partir de agora em modo beta para programadores que queiram criar aplicações de realidade aumentada.

Na fase inicial, a nova plataforma vai permitir criar ferramentas semelhante ao que já há no mercado, permitindo que as pessoas adicionem máscaras, bonecos ou texto a imagens e fotografias digitais. O foco vai estar em criar efeitos em 3D, reconhecer objectos do mundo real, e perceber a sua localização. Por exemplo, se o Facebook perceber que o utilizador está a tomar café, a ferramenta vai sugerir que, na fotografia, seja colocado fumo a sair da chávena.

No futuro, a plataforma permitirá criar aplicações para apresentar informação adicional (por exemplo, a história de uma peça de arte num museu, ou a marca e preço de um café), adicionar objectos digitais (como um televisor digital, ou um jogo de xadrez virtual), ou melhorar objectos reais através de arte digital.

O Facebook já testou o conceito de arte urbana digital, através de uma parede aparentemente vazia ao olhar comum, mas recheada de arte quando vista através do telemóvel. “Ao longo do tempo, acredito que isto vai ser tecnologia importante que vai mudar a forma como utilizamos o telemóvel”, concluiu Zuckerberg.

Apesar da visão ambiciosa, o fundador do Facebook admite que a experiência dos utilizadores “não se vai alterar drasticamente de um dia para o outro” e que a plataforma vai demorar algum tempo a ser idêntica ao cenário o que apresentou no começo do discurso.

O objectivo de Zuckerberg é “construir ferramentas que dêem a todos o poder de partilhar aquilo que querem” e construir comunidades.

A conferência F8 dura até ao final do dia de amanhã. "Trata-se do segundo grande evento com o nome F8 esta semana", acrescentou Zuckerberg, que não resistiu ao trocadilho com o novo filme da saga Velocidade Furiosa.

Durante a apresentação, o fundador da rede social aproveitou para abordar o caso do homem que comentou em directo no Facebook um assassinato que tinha acabado de cometer. “Continuaremos a construir e a desenvolver soluções para manter a comunidade segura,” disse Zuckerberg.

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