Lourenço apaixonou-se pelo “toque da pele” e criou a Loura Leather

Carteiras, porta-cartões, capas de moleskines — todos em pele, todos feitos à mão. Obra de Lourenço Guimarães, criador da marca Loura Leather que, para já, se dirige a um público masculino

Nelson Garrido
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Em miúdo, Lourenço Guimarães tinha a mania de construir coisas. “Sempre fui um bocado inventor”, recorda-se o jovem de 29 anos, natural do Porto. O vício passou para a Internet, em particular para o YouTube, onde passava horas a ver vídeos sobre técnicas de trabalho em pele. Até que um tutorial sobre como começar neste ofício o fez pôr mãos à obra. Investiu cerca de 1500 euros em equipamentos e materiais e desatou a experimentar. A fazer carteiras para os amigos. 

Estávamos em 2013 e nascia então a Loura Leather, nome inspirado em Louras, a alcunha do criador. Da pequena oficina montada na sua casa, na Foz, saem hoje objectos em pele como carteiras, porta-cartões, porta-isqueiros, porta-chaves e capas de moleskines, todos feitos à mão, todos personalizáveis. “Adoro transformar matéria prima num produto que as pessoas gostam e que tem utilidade”, conta Lourenço. “E quando vi pessoas a trabalhar em pele apaixonei-me pelo cheiro, pelo toque, pelo facto de com o tempo ganhar uma patine e escurecer.”

Até agora, terá feito 300 peças à mão. É ele quem compra as peles, desenha os moldes, cose, pinta — até lançou entretanto o seu próprio canal no YouTube com pequenos tutoriais, que conta com mais de mil subscritores. Para já, a marca tem sido um hobby mas o jovem artesão, licenciado em Gestão de Marketing à procura de emprego na área, não esconde que gostava de ter aqui a sua ocupação principal (é ainda um dos embaixadores portugueses da rede Withlocals). “Gostava muito de poder fazer disto a minha vida.”

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Para tal, pretende agora apostar mais na venda directa em lojas, uma vez que só está presente na Gentlemen On The Road, na Foz, mas também fomentar parcerias com outros projectos e, provavelmente, tornar o processo um pouco menos artesanal para aumentar a escala e a produção. O que não é de todo uma opção consensual, mesmo consigo próprio: “Sou um bocado conservador. Adoro coser à mão, por exemplo. Se comprasse uma máquina de costura facilitaria imenso ou se tivesse moldes cortantes. Mas já não é tão handmade.”

Os objectos destinam-se principalmente a um público masculino, mas Lourenço está a equacionar lançar novos produtos para mulheres. A caminho podem estar totebags, bases de copos e pequenos tabuleiros de decoração. A maior parte das vendas realiza-se através do Facebook por mensagem direUm cta, mas também do Instagram. Os preços variam entre os 12 euros (porta-chaves) e os 40 euros (porta-passaportes e capas de moleskine). Seleccionado o modelo, o interessado pode escolher a cor da pele e do fio com que a peça será cosida e, por mais cinco euros, pode também inscrever as suas iniciais.

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