Todos os produtos de tabaco devem ter iguais restrições, defendem entidades ligadas à saúde

Em Janeiro, a proibição de fumar cigarros electrónicos nos locais já interditos a fumadores entrou em vigor. Agora, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia e a Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo pedem mais restrições.

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Os cigarros electrónicos são uma alternativa ao tabaco convencional. Enric Vives-Rubio

Entidades não-governamentais ligadas à saúde alertam para os malefícios dos cigarros electrónicos e do tabaco aquecido, que devem ter restrições de consumo iguais às do tabaco convencional. As mesmas entidades defendem que todos os tipos de tabaco devem também ter aumentos consistentes e deve haver uma redução da disponibilidade de venda e acesso a jovens.

O alerta e as recomendações partiram da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, da Fundação Portuguesa do Pulmão - Pulmonale - e da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, que este mês foram ouvidas no Parlamento a propósito da nova lei do tabaco e que agora, em comunicado, defendem também a eliminação total da publicidade a produtos de tabaco e o reforço do apoio à cessação tabágica.

Afirmando que são favoráveis à proposta de lei de alterações à Lei do Tabaco, que inclui a proibição de fumar perto de hospitais ou de escolas, as entidades salientam também, no comunicado, que "os cigarros electrónicos e os novos produtos de tabaco aquecido, apesar de não sofrerem combustão, contêm nicotina, que causa dependência e dificulta a cessação".

"Além disso, sobretudo no caso do cigarro electrónico que está bem estudado, diversos metabolitos resultantes do seu aquecimento já estão identificados como tóxicos, irritantes e carcinogénicos, tendo potencial para causar doença respiratória, cardiovascular e cancros, entre outras", afirma-se no comunicado.

Citando a Organização Mundial de Saúde (OMS), os subscritores do documento dizem que "os cigarros electrónicos e os novos produtos de tabaco não são produtos seguros para a saúde" e que não está provado que sejam "eficazes na cessação tabágica", pelo que devem ser "eficazmente regulados para se conseguir travar o seu consumo".

Defendem as organizações que num contexto de saúde pública se deve "proteger os consumidores e as demais pessoas expostas, regulando a comercialização destes produtos e interditando o seu consumo nos mesmos locais onde seja proibido fumar".

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