Cinco finalistas na corrida à Lua promovida pelo Google

O projecto Lunar Xprize ambiciona levar uma nave privada à Lua até ao final de 2017. Veículo lunar deverá transmitir um vídeo em alta-definição para a Terra.

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Google dará 20 milhões de dólares ao vencedor pedro cunha/arquivo

A corrida à Lua promovida pelo Google está oficialmente aberta. Esta semana foram reveladas as cinco equipas finalistas do concurso lançado pela empresa para conquistar um novo marco histórico em 2017: a primeira viagem à Lua financiada por privados.

A ideia da competição Lunar Xprize é injectar mais dinheiro privado na exploração espacial. Os vencedores – além de imortalizarem o nome na História – podem receber um prémio de 20 milhões de dólares (18,7 milhões de euros) se conseguirem aterrar uma nave espacial não tripulada na Lua até ao final do ano, percorrer pelo menos 500 metros em solo lunar, e fazer uma transmissão de vídeo em alta-definição para o planeta Terra.

O projecto começou em 2007 com a pareceria entre a XPrize, uma organização sem fins lucrativos, e o Google. Uma década mais tarde, torna-se realidade com as equipas finalistas – uma fruto de uma colaboração internacional e as outras vindas do Japão, Israel, Estados Unidos e Nova Zelândia – a assinarem contractos em que asseguram o lançamento das suas naves algures até ao dia 31 de Dezembro de 2017.

“A lua é um ponto de partida essencial para o resto do universo”, dizem os responsáveis do concurso em comunicado, lembrando que existem vários metais raros no satélite natural que podem ser utilizados na Terra. “O sucesso de uma das equipas Google Lunar XPrize permitirá um acesso facilitado e mais económico à Lua, permitindo o desenvolvimento de novos métodos para descobrir e aproveitar os recursos do Universo e, a longo prazo, expandir a civilização humana no espaço.”

A multinacional americana tem vindo a investir em vários projectos de grande ambição, entre os quais a exploração espacial. Em 2016, a Alphabet, a empresa que detém todas as operações do universo Google, gastou cerca de 3,3 mil milhões de euros no X, uma empresa que funciona como um centro de investigação semi-secreto e que tem a missão de explorar ideias ambiciosas, como os carros que se conduzem sozinhos, ou a disponibilização de acesso à Internet através de balões de ar quente.

Só no último trimestre, o X foi responsável por uma perda superior a mil milhões de dólares (930 milhões de euros) segundo a divulgação de resultados financeiros da Alphabet, feita nesta quinta-feira. Os gastos mostram que a Alphabet continua a investir num sector de produtos futuristas, descritos como tendo “um longo caminho pela frente” mas que poderão, eventualmente “transformar o mundo num lugar radicalmente melhor”.

Os gastos naqueles projectos são suportados pelo negócio da multinacional, que assenta sobretudo na venda de publicidade online e que registou um crescimento saudável. As receitas da Alphabet para o quarto trimestre de 2016 foram de 26 mil milhões de dólares (24 mil milhões de euros), o que significa um aumento de 22% em relação ao ano anterior.

Ainda assim, a empresa tem procurado incorporar uma maior disciplina financeira no que toca aos seus empreendimentos mais arriscados.  Vários projectos já tiveram de descer à Terra. Em 2016, um sistema de entregas via drone, chamado Project Wings, sofreu uma redução de custos com vários empregados a serem transferidos para outras áreas dentro da Alphabet. Também o projecto de fornecer Internet através de fibra e mais rápida do que o normal viu interrompidos os esforços de expansão, e o Titan, um programa de drones alimentados por energia solar para levar a Internet a zonas rurais, foi cancelado.

 

As cinco equipas no Lunar Xprize

SpaceiL – TelAviv, Israel
A equipa foi a primeira a assegurar um lugar na final do projecto Google Lunar XPrize. O veículo lunar da equipa não tem rodas, deslocando-se antes através de pequenas descolagens sucessivas, semelhantes a saltos.

Moon Express – EUA e Nova Zelândia

A equipa dos Estados Unidos  ganhou fama por ser a primeira organização de financiamento privado a conseguir autorização governamental para trabalhar na Lua. A equipa juntou forças com a Rocket Lab, da Nova Zelândia, para que a veículo descole da Oceânia em finais de 2017. 

Hakuto, Japão
A equipa do Japão já tem data marcada para o lançamento da sua nave: 28 de Dezembro de 2017. O veículo chamado Hakuto PFM3, tem painéis solares laterais para aproveitar melhor a exposição solar. 

Synergy Moon – Internacional
É a equipa mais internacional do projecto, resultante de uma colaboração de pessoas de mais de quinze países. Descrevem-se como uma equipa “excêntrica, que pretende acompanhar a fusão entre as artes e as ciências.”

Team Indus – India
A Indus diz apostar numa tecnologia “low-cost”, com o pequeno robô da equipa indiana a ter um aspecto semelhante ao do desenho animado Wall-E.

 

Artigo editado por João Pedro Pereira

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