Tem de haver vontade política para Portugal mostrar a sua música

Visto por alguém de fora é como se a música portuguesa não existisse, defende Fernando Ladeiro-Marques, director do evento MaMA em França.

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Portugal é o país convidado do Eurosonic Siese Veenstra

O português Fernando Ladeiro-Marques, há muitos anos a viver em França, onde é o director do evento MaMA, um dos mais relevantes ao nível dos profissionais da música na Europa, é um conhecedor da realidade musical portuguesa e europeia e não tem dúvidas: “Nos últimos anos Portugal foi tendo cada vez mais artistas com potencial internacional, seja na música pop, rock ou electrónica. O país é pequeno, mas existe muito talento, bem mais do que em países maiores, mas a realidade é que, visto por alguém de fora, é como se a música portuguesa não existisse.”

Claro que existem excepções, acrescenta ele, mas são apenas isso. Quando lhe perguntamos o que poderá ser feito para alterar essa situação, também é lapidar: “Um país pequeno como Portugal, à semelhança de alguns nórdicos, por exemplo, só pode concorrer com os grandes mercados, como o inglês, alemão ou francês, se existir uma política cultural nesse sentido. Sem esse tipo de apoio nada feito. E em Portugal isso não sucede. Falta uma política cultural que faça com que os artistas, e tudo o que gira à sua volta, sejam apoiados e promovidos.”

Na sua visão, a embaixada portuguesa que está neste momento no Eurosonic é um primeiro passo nesse sentido, mas é preciso mais. “Países que já têm uma indústria estruturada talvez não necessitem de ter uma representação conjunta, mas no caso de Portugal é importante existir essa representação, porque isso chama a atenção das pessoas. Tem de haver um esforço continuado no sentido de mostrar a música e os seus actores.”

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