Ópera de Viena vai ser dirigida pelo presidente da Sony Clássica

Bogdan Roscic escolhido para dirigir a instituição para o mandato 2020-25.

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Bogdan Roscic Leonhard Foeger/ Reuters
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Interior da Ópera de Viena DR

Da música pop para a direcção de uma das mais prestigiadas casas de ópera no mundo, a Staatsoper de Viena – é este o percurso do austríaco Bogdan Roscic, de 52 anos, que em 2020 vai dirigir a famosa instituição vienense.

O anúncio foi feito quarta-feira, na capital austríaca, pelo ministro da Cultura Thomas Drozda, que, citado pela AFP, justificou a escolha pela necessidade de “olhar para o futuro”, dar um novo fôlego à instituição e “criar uma Staatsoper 4.0”.

Nascido em Belgrado em 1964, Bogdan Roscic tem formação em Filosofia pela Universidade de Viena, passou pelo jornalismo cultural e encetou depois uma carreira de direcção e gestão, primeiro na rádio pública austríaca de música pop – a Ã-3 –, seguindo-se editoras discográficas como a Deutsche Grammophon, o Decca Music Group e a Sony, onde entrou em 2009 e onde actualmente preside ao departamento de música clássica.

Roscic não tem nenhuma experiência de gestão de instituições culturais, mas o contacto com figuras da cena musical internacional, como “cantores e maestros dos mais importantes do mundo”, foi também invocada pelo ministro austríaco para a decisão agora tomada, mas que entrará em vigor apenas em 2020 – para um mandato de cinco anos.

Bogdan Roscic foi um dos 18 candidatos ao cargo, estando entre eles o actual director, o francês Dominique Meyer, de 61 anos, que assim tentava assumir o seu terceiro mandato à frente da Ópera de Viena.

Prestar atenção às “formas de expressão artísticas contemporâneas” e a necessidade de "olhar para o futuro” foram referidas pelo ministro Thomas Drozda, que, no entanto, explicou que tal não significava “nenhuma crítica ao que temos no presente”. “A Staatsoper vive um excelente momento”, atestou.

Apesar disso, e segundo diz a Reuters, a relação difícil que Dominique Meyer tem mantido com figuras como os maestros Franz Welser-Moest e Bertrand de Billy pode ter estado na origem da sua substituição.

Na sua primeira declaração pública como futuro director da Ópera de Viena, Roscic disse que, nestes tempos de Netflix, a instituição não pode escapar à questão da “pertinência” da sua oferta. “Fala-se muito do ‘como’, mas o público de hoje e de amanhã também precisa de respostas sobre ‘o quê’ e ‘porquê’”, disse.

Considerada uma das maiores casas de ópera no mundo, a Staatsoper de Viena foi fundada em 1869, e dirigida já por figuras como Gustav Mahler, Richard Strauss ou Herbert von Karajan. Apresenta seis dezenas de produções de ópera e bailado por temporada, e na de 2014-15 teve mais de 610 mil espectadores (um terço dos quais turistas), o que significa uma taxa de ocupação da sala de 98,6%.

 

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