O AfroBaile de CelesteMariposa ganha casa na ZDB

A primeira sessão da residência da editora, promotora e grupo de acção cultural na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, acontece esta sexta-feira. Primeiro, o funaná do histórico músico cabo-verdiano Katuta Branca. Depois, a dança ao som da vasta e diversa música dos PALOP.

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Katuta Branca faz a festa do concerto, Wilson Vilares dá a música ao baile que se segue DR

Já andaram a dar música a vários locais de Lisboa e além dela e já levaram a boa ginga Europa fora. CelesteMariposa, editora e promotora, grupo de acção cultural, tem propósito bem definido. Preservar, compilar, divulgar e registar a música e a cultura dos PALOP e da sua diáspora em Portugal. Os AfroBailes organizados desde 2009 são a componente mais visível de toda a actividade, o momento em que é mostrado ao público todo o trabalho feito nos bastidores. A partir desta sexta-feira, vamos passar a saber exactamente onde, e quando, os poderemos encontrar. Divulgue-se: CelesteMariposa tem agora residência na Galeria Zé dos Bois, no Bairro Alto, Lisboa.

O primeiro AfroBaile baila-se esta sexta-feira, a partir das 22h (seis euros), e divide-se em dois momentos. Primeiro, o concerto de um histórico da música cabo-verdiana, Katuta Branca. Natural da ilha de Santiago, mas habitante da Damaia desde 1994, é uma autoridade do funaná, como testemunhado no inspirado frenesim dos seus concertos, onde o acordeão em roda livre é rastilho para que a voz se solte sem rédeas sobre o ritmo. Guiado pelos CelesteMariposa, Katuta Branca prepara novo álbum com edição marcada para 2017, pela discográfica belga Rebel Up. Sucede ao angolano radicado em Portugal Chalo Correia, o primeiro nome a ser editado pela dupla (Kudihohola é o título do álbum editado 2015), ou ao trabalho desenvolvido com a alemã Analog Africa, da qual resultou a celebrada compilação de música cabo-verdiana Space Echo.

Depois do funaná de Katuta, Wilson Vilares toma conta dos pratos, mostrando, misturando, exaltando toda a música que CelesteMariposa vem arquivando ao longo dos anos. Será, como sempre, uma sessão lúdica e suada (o som não engana), mas também uma viagem pela história e pela imensa diversidade da música dos PALOP.  Uma fonte “infinita e de imensa qualidade”, como defendeu Wilson em entrevista ao Ípsilon. “Se o projecto está aqui é porque essa qualidade nunca foi devidamente reconhecida”, acrescentou na altura, destacando como missão de CelesteMariposa a afirmação da música da África de expressão portuguesa como riqueza cultural celebrada por todos. AfroBaile após AfroBaile, a luta continua. E dança-se.

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