Facção curda reivindica atentados em Istambul

Falcões da Liberdade Curdos, um grupo de que não se sabe muito, dizem ter protagonizado ataque contra forças policiais turcas.

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Houve duas explosões em Istambul Murad Sezer/REUTERS

Os atentados em Istambul na noite de sábado, que fizeram 38 mortos e 155 feridos, sobretudo polícias, foram reivindicados pelos Falcões da Liberdade Curdos (TAK), num comunicado divulgado na Internet em que se afirma que dois dos seus membros morreram no ataque à bomba junto ao estádio do Besiktas, na maior cidade da Turquia.

Não se sabe muito sobre este grupo, que é normalmente identificado como uma facção dissidente do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que luta pela independência da nação curda e é classificado como organização terrorista pela Turquia e, após o 11 de Setembro, também pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Mas entre os curdos, toda a actividade política e independentista acaba por revolver em torno do PKK e do seu líder preso na Turquia desde 1999, Abdullah Öcalan.

O TAK reivindicou também o atentado contra um quartel de polícia em Diyarbarkir, uma cidade curda, no Sudeste da Turquia, no início de Novembro, que a seguir foi reclamado pelo Daesh.

O vice-primeiro-ministro turco Numan Kurtulmus tinha acusado o PKK da autoria do ataque. Muitas outras vezes o grupo tem visado as forças de segurança. O responsável avançou ainda à televisão CNN-Türk que tinham sido usados 300 a 4000 kg de explosivos nos ataques.

Houve duas explosões, uma hora e meia depois do fim do jogo de futebol entre o Besiktas e o Bursaspor. A primeira foi às 22h29 locais, quando um carro armadilhado explodiu junto a um veículo de transporte de polícias, nas imediações da Arena Vodafone, o estádio do Besiktas. Menos de um minuto depois, um bombista suicida fez-se explodir no meio de um grupo de polícias no parque de estacionamento de Maçka, também perto do estádio. Entre os mortos estão mais de 30 polícias.

Durante este ano, milhares de políticos curdos foram presos. Dezenas de autarcas e líderes do Partido Democrático do Povo (pró-curdo), a segunda maior força da oposição, incluindo os seus dois presidentes, estão na prisão, ao abrigo da aplicação da lei antiterrorismo que criticada pela UE e por outras instâncias internacionais.

Esta vaga de repressão contra os curdos coincide com as vastas purgas levadas a cabo após o golpe de Estado falhado de 15 de Julho, que levaram para a cadeia ou para o desemprego milhares de pessoas.

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