FMI estima que economia portuguesa cresça 1,3% em 2016 e em 2017

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miguel manso

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a economia portuguesa cresça 1,3% este ano e que mantenha este ritmo de crescimento no próximo, mostrando-se ligeiramente mais optimista do que o Governo para este ano, mas mais pessimista para 2017.

Num comunicado após a quinta missão de acompanhamento pós-programa de resgate a Portugal, que decorreu entre 29 de Novembro e a passada quarta-feira, o FMI melhorou ligeiramente as previsões de crescimento económico, uma vez que, em Outubro, quando divulgou as últimas estimativas previa que o Produto Interno Bruto (PIB) crescesse 1% em 2016 e 1,1% em 2017.

Agora, a equipa de missão liderada por Subir Lall antevê que a economia portuguesa cresça 1,3% em cada um dos anos, ligeiramente acima dos 1,2% previstos pelo Governo para 2016, mas abaixo dos 1,5% estimados para o próximo ano, segundo o Orçamento do Estado para 2017 (OE 2017).

"As previsões de curto prazo para Portugal melhoraram, assentes na aceleração das exportações verificada no terceiro trimestre de 2016. Este crescimento acima do previsto aconteceu depois de uma actividade económica relativamente subjugada nos dois trimestres anteriores", descreve o Fundo.

No entanto, defende a instituição sediada em Washington, é necessário que o "crescimento forte" do terceiro trimestre deste ano, que foi de 1,6% em termos homólogos de 0,8% em cadeia, se mantenha nos próximos trimestres "para concluir que está em curso uma recuperação rápida e sustentada".

O FMI destaca também que o mercado de trabalho "continua a fortalecer-se", salientando que a taxa de desemprego baixou para 10,5%, regressando "a valores pré-crise". O Fundo antecipa que a taxa de desemprego seja de 11% em 2016 e que desça depois para 10,6% em 2017.

"Olhando para a frente, o alto nível de endividamento da economia e a rigidez estrutural e persistente devem continuar a limitar a economia a crescimentos em torno dos 1,2% no médio prazo", alerta.

Nesse sentido, o FMI defende que, para aumentar o potencial de crescimento da economia portuguesa, vai exigir "reformas estruturais", com medidas que se foquem na promoção de uma alocação eficiente dos recursos na economia, a criação de emprego e a melhorar a competitividade.

"Em particular, um mercado de trabalho flexível, onde os aumentos salariais estão alinhados com a produtividade, poderia impulsionar a atividade económica e permitir uma convergência mais rápida com a união monetária", considera.

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