Vegetarianos querem notas de cinco libras sem gordura animal

Banco de Inglaterra está a trocar notas de papel por outras de plástico, mas há um ingrediente a causar polémica.

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As novas notas em circulação são mais resistentes e impermeáveis AFP/STEFAN WERMUTH

No início de Setembro, o Banco de Inglaterra colocou em circulação novas notas de polímero, um material mais resistente e duradouro do que o que é usado nas notas convencionais. As novas notas de cinco libras são ainda mais pequenas e apresentam-se como mais difíceis de falsificar. No entanto, há um pormenor que está a gerar uma onda de contestação: nos seus componentes, as novas notas utilizam gordura animal.

A confirmação foi dada pela porta-voz do Banco de Inglaterra, através do Twitter, em resposta às perguntas colocadas por vários utilizadores que queriam ver os rumores esclarecidos.

“Existe um traço de sebo nos polímeros usado no substrato base das notas de cinco libras”, esclareceu o Banco de Inglaterra, acrescentando que este é um material frequentemente utilizado na confecção de sabonetes e velas, escreve a Reuters.

Ainda assim, o argumento não convenceu as milhares de pessoas que têm reclamado devido à escolha do ingrediente. Um grupo de veganos e vegetarianos exige que o componente seja removido das notas e lançou uma petição para o efeito. Doug Maw, que tomou a iniciativa de recolher assinaturas, disse que se sentiu “repugnado” e recusa-se a utilizar as notas.

O texto que acompanha as assinaturas estende a indignação não só ao grupo de veganos e vegetarianos, mas também "é inaceitável para milhões de hindus, sikhs, jainistas entre outros”, reforçando a exigência da “retirada imediata” do componente. O objectivo da petição é chegar às 150 mil assinaturas e levar a discussão ao Parlamento inglês. Até ao meio-dia desta quarta-feira, o documento reunia mais de 94 mil assinaturas na plataforma Change.org.

“Eu sei que as notas antigas também contêm ‘coisas’ – e não existe nada que possamos fazer sobre o que já está em circulação. Mas produzirem novas notas [com componentes de origem animal] é o que mais me irrita”, esclarece. Maw reforça que não espera que nada aconteça em relação ao que já está feito, mas tem esperança que sejam produzidas novas notas sem gordura animal, refere a Sky News.

As notas, que foram desenhadas para ser mais robustas, estão já em circulação desde Setembro e têm o anterior primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Entre os comentários indignados, os signatários pedem que seja usada uma “alternativa ecológica e ética”.

Patricia Potts, porta-voz da Innovia Security, empresa responsável pelo fabrico das cédulas bancárias de polímero que garantem a segurança das notas, afirma que a empresa desconhecia que estavam a usar gordura animal e sublinha que isso vai contra a política da empresa. Potts afirma que estão a trabalhar na eliminação deste componente, mas isso "levará tempo", uma vez que "é um processo muito difícil", cita a CNN. A empresa opera ainda em mais 23 países. A porta-voz não soube esclarecer se a gordura animal é utilizada em mais países.

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