Sondagem: maioria culpa a administração da CGD pelo impasse

Só 15% consideram Costa o principal responsável pela polémica na Caixa, de acordo com uma sondagem realizada antes da demissão de António Domingues.

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António Domingues, presidente demissionário da CGD Miguel Manso

A polémica que se gerou à volta da nova (agora demissionária) administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) leva uma maioria de inquiridos de uma sondagem da Universidade Católica a considerar que o principal responsável pelo impasse que se gerou no banco público é a própria administração.

Entre os inquiridos, 36% consideram que a culpa é da equipa de António Domingues, que ao fim de cinco semanas de polémica acabou por se demitir do cargo.

A sondagem – realizada pela Universidade Católica para a Antena 1, RTP, Jornal de Notícias e Diário de Notícias – decorreu de 19 a 22 de Novembro, quando se continuava a discutir na praça pública a necessidade de entrega das declarações de rendimento dos administradores no Tribunal Constitucional.

À pergunta sobre “quem é o principal responsável pelo impasse que se gerou”, havia também como hipóteses de resposta o ministro das Finanças (apontado por 16% dos inquiridos) e o primeiro-ministro (que surge em terceiro lugar, apontado por 15%); além destes, 3% que seleccionaram a resposta “os três são igualmente responsáveis”; 6% apontaram outros responsáveis (Estado, media, legislador, governo anterior), havendo ainda uma grande parte de 24% de inquiridos que não sabe ou não responde.

A sondagem foi conhecida um dia depois de se saber que António Domingues deixou a liderança da Caixa, tendo sido realizada alguns dias antes de ser votado no Parlamento por PSD, CDS e BE uma proposta de norma ao Orçamento do Estado para 2017 que obrigaria a administração do banco a entregar declarações de rendimento e património.

A notícia da saída de António Domingues, pelas 19h50 deste domingo, veio a público perto do limite do prazo para que a administração da CGD respondesse à deliberação do Tribunal Constitucional (TC) para que apresentasse as duas declarações de rendimentos e património.

Questionados ainda sobre como avaliam o papel do Presidente da República nesta polémica, uma maioria de 54% consideram-no bom; 11% referem mau, 10% muito bom, 1% muito mau e 24% não sabem ou não respondem.

A sondagem da Universidade Católica foi composta por indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal continental, tendo sido obtidos 977 inquéritos válidos (57% dos inquiridos são do sexo feminino, 34% da região Norte, 23% do Centro, 29% de Lisboa, 6% do Alentejo e 8% do Algarve. Segundo a ficha técnica da sondagem, a margem de erro máximo é de 3,1%, com um nível de confiança de 95%.

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