Trump é melhor do que Obama

Trump ganhou porque estatisticamente era o mais certo, porque Hillary era mulher e porque os media só pensam em audiências. E o mais certo é ser bom para nós.

Agora vamos todos querer dizer bem do homem. Agora, quase em catarse colectiva, depois de termos passado quase um ano a dizer que o Donald era maluco, racista, machista e mulherengo, vamos todos querer dizer que afinal ele é bom. E faz sentido, não vá ele apontar-nos um F18 à porta de casa quando em Janeiro o laranja for o novo preto. Não tenham medo, são só as guerras da política.

São muito simples as razões pelas quais ele deu uma surpreendente tareia eleitoral à Hillary. E tão óbvias que, se os meios de comunicação social não tivessem passado todo tempo a dizer mal dele por causa das audiências, tinham percebido isso num instante.

Primeira razão. Estatisticamente o mais certo era Trump ganhar. Apenas um candidato democrata ganhou as eleições depois de os democratas terem governado durante dois mandatos seguidos. Foi Harry S. Truman, e em condições muito especiais, na ressaca da Segunda Guerra Mundial e substituindo Frankelin D. Roosevelt, um presidente amado pelo povo, que morreu no cargo.

Segunda razão. Hillary é uma mulher e nunca os Estados Unidos tiveram uma mulher como Presidente. Quando há oito anos se gerou um movimento incrível à volta do primeiro negro a ser presidente dos EUA era expectável que isso acontecesse à volta de Hillary. Mas não. Os media (mais uma vez os media) escolheram discutir a loucura de um homem às vantagens de uma mulher. Mas nem Hillary usou esse trunfo. Talvez porque sabia que, na sociedade americana, militarizada e intrinsecamente baseada numa cultura de força, uma mulher como comandante suprema era menos credível do que qualquer homem.

Terceira razão. Também principalmente causada pela histeria mediática anti Trump - as pessoas preferiram mentir nas sondagens porque tiveram vergonha de dizer que preferiam as ideias simples e radicais do senhor do cabelo laranja de quem todos diziam mal, a ter na casa branca uma mulher, com problemas com o FBI, casada com um homem adúltero e de cujos projectos também ninguém falava.

Mas tirando estas razões, nada de novo. Há um discurso para ganhar eleições e outro para governar, e pode até ser que Trump seja bom para a Europa. Que nos ajude a resolver o problema dos refugiados, lá onde ele tem de ser resolvido, nas suas terras de origem; e até ajudar a trazer de novo a Inglaterra para dentro da União Europeia dificultando, como prometeu, o comércio dos ingleses com os EUA.

Se assim for, será melhor do que Obama.

Especialista em informação e comunicação

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