Desespera com as obras no Porto? Elas estão para continuar

Centro histórico, Baixa e marginal marítima são as zonas mais afectadas pelas empreitadas em curso e já anunciadas

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A envolvente do Mercado do Bolhão é apenas uma das zonas em obras Nelson Garrido

Se desespera com as filas de trânsito causadas pelas obras espalhadas por várias ruas da cidade do Porto, saiba que o melhor é respirar fundo, porque elas estão para durar. Entre o que vai correndo dentro dos prazos previstos, os atrasos pré-anunciados de algumas empreitadas e o anúncio de novos trabalhos que devem arrancar no próximo ano, não é previsível que a situação melhore nos próximos tempos.

O tema dos constrangimentos de trânsito chegou à reunião do executivo da Câmara do Porto, esta terça-feira, pela boca do vereador social-democrata Ricardo Almeida, preocupado com “núcleos de obras próximos uns dos outros”, que fazem com que potenciais zonas de escoamento de tráfego acabam por estar, elas próprias, também condicionadas por obras. O centro histórico, a Foz e a Baixa foram as três zonas destacadas pelo vereador, que ouviu algumas explicações do presidente Rui Moreira e da vereadora da Mobilidade, Cristina Pimentel.

Rui Moreira explicou que na Foz havia “três obras fundamentais” para serem desenvolvidas e que, por causa disto, “duas teriam sempre que coincidir temporalmente”. Foi por isso, disse, que enquanto decorriam as obras na Rua de Diogo Botelho – já concluídas, afiançou Cristina Pimentel -, na Rua do Coronel Raúl Peres, na marginal, havia também trabalhos a decorrer. “As obras na Raúl Peres eram urgentes e estarão concluídas antes do Natal. Estamos a repor os dois sentidos nesta via, garantindo a coexistência da ciclovia”, disse Rui Moreira.

Mas, se uma destas empreitadas já terminou e outra estará em vias de terminar, isto não significa que a zona mais Ocidental da cidade se vai livrar das obras. É que – anunciou também Rui Moreira – depois de 6 de Janeiro, “dia dos Reis”, deverá arrancar uma nova empreitada, entre o Largo do Calém e o Passeio Alegre. “Faremos esta obra na marginal, dentro das possibilidades, no período nocturno, mesmo que cause alguns constrangimentos aos moradores”, disse o autarca. E, além disto, está ainda “em estudo a possibilidade de a [Avenida] D. Carlos [I] ter dois sentidos”. “Isto permite proteger toda a Foz Velha do tráfego de passagem”, argumentou Rui Moreira.

Na Baixa da cidade, é bem provável que já tenha ficado preso no trânsito atrapalhado pelas obras junto ao Mercado do Bolhão e não tenha conseguido livrar-se das filas até deixar para trás a zona do Campo 24 de Agosto ou da Rua de Santos Pousada, onde também decorrem obras. No Bolhão, as obras que arrancaram a 1 de Agosto têm um prazo de execução anunciado superior a oito meses, pelo que até Abril deverão continuar os constrangimentos na zona e, depois, é expectável que arranque a requalificação do edifício propriamente dito, o que também poderá causar alguns problemas a quem circula por ali.

Já na zona do Campo 24 de Agosto, os atrasos prendem-se com problemas de solvência da construtora – que já pediu mesmo um Plano Especial de Revitalização – e, apesar de Rui Moreira ter afirmado, esta terça-feira, que os trabalhos em curso “nunca estariam prontos antes do final de Dezembro”, já é certo que esse prazo vai ser dilatado – não se sabe é até quando.

No centro histórico, apesar de Ricardo Almeida continuar a insistir na necessidade de mudar a situação de sentido único das ruas de S. João e Mouzinho da Silveira, Rui Moreira disse ter “dúvidas” sobre se colocar ambas as artérias com dois sentidos seria uma boa medida, colocando a tónica dos problemas na “sobrecarga de trânsito” que a zona enfrenta.

Sobre esta matéria, Cristina Pimentel salientou o facto de já ter sido possível “evitar o estacionamento abusivo do transporte turístico” na Rua de Ferreira Borges e disse esperar a entrada em vigor “para breve” do regulamento municipal para este tipo de veículos. Além disso, acrescentou, os autocarros e camionetas de turismo passarão a ter dois pontos de estacionamento na cidade – em S. Roque da Lameira e no Campo Alegre – além de alguns lugares adicionais no terminal rodoviário do Bom Sucesso que, recorde-se, também está em obras.

A vereadora revelou ainda que está também “encomendado o projecto”, ao arquitecto Bernardo Távora, de ligação da Rotunda do Bessa à Rua de Frederico Ozanam. “Concluído o estudo e as expropriações estaremos em condições de fazer ali a abertura da rotunda e queremos criar um Park & Ride de apoio ao metro”, disse a vereadora. 

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