Desviar linha de água sob o Mercado do Bolhão custa 875 mil euros

Concurso para os trabalhos no subsolo foi publicado esta sexta-feira em Diário da República

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Paulo Pimenta

Já foi lançado o concurso para os trabalhos prévios à requalificação do Mercado do Bolhão e que incluem o desvio de uma linha de água sob o edifício histórico do centro do Porto. O anúncio do concurso, lançado pela Empresa de Águas do Município do Porto, foi publicado esta sexta-feira em Diário da República. A empreitada tem o valor de 875 mil euros.

Os interessados têm 30 dias para apresentar as suas propostas, que não devem prever um prazo de execução dos trabalhos superior a cerca de oito meses (240 dias). Há uma semana a Câmara do Porto anunciara a intenção de avançar com os trabalhos subterrâneos no Bolhão já no Verão, especificando que esta primeira empreitada não implica a anunciada transferência dos comerciantes para o edifício vizinho da antiga Casa Forte, no chamado quarteirão de D. João I.

Como é costume nestes procedimentos, o concurso, cujo objecto é descrito como “desvio de infra-estruturas de águas residuais pluviais na zona do Mercado do Bolhão”, será ganho por quem apresentar a proposta “economicamente mais vantajosa”, sendo os dois subfactores de ponderação a ter em conta o preço global (50%) e a qualidade técnica da proposta (50%).

No comunicado do passado dia 19, a Câmara do Porto explicava que estes trabalhos estavam relacionados com “a necessidade de desviar a linha de água que atravessa o mercado no subsolo”. O projecto de reabilitação prevê a abertura de uma cave técnica, com zona de estacionamento para cargas e descargas, à qual se acederá com a construção de um túnel. O “desvio da linha de água, que será encaminhada pela Rua de Sá da Bandeira” irá permitir uma intervenção “mais segura e a construção da cave”, especificava o documento enviado às redacções.

A reabilitação do edifício, segundo um projecto coordenado pelo arquitecto Nuno Valentim, deverá ser alvo de um novo concurso público, que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, se comprometeu a lançar até Abril. O valor global da empreitada é de 27 milhões de euros e a câmara tem a expectativa de conseguir financiamento comunitário avultado, mas já admitiu avançar com os trabalhos mesmo que tal não seja possível. O objectivo é que o mercado se mantenha como local de venda de produtos frescos – função concentrada no terrado – abrindo-se a novos espaços de restauração no piso superior. O comércio do exterior do mercado também deve sofrer alterações, uma vez que o município pretende que as lojas voltadas para a rua sejam, preferencialmente, dirigidas ao mercado alimentar, o que não acontece hoje, na maior parte dos casos.

A câmara tem insistido na vontade de manter os vendedores do interior, garantindo a sua transferência para a antiga Casa Forte, do outro lado da Rua de Sá da Bandeira (uma das frentes do mercado), enquanto decorrerem as obras. O regresso ao Bolhão acontecerá quando o edifício estiver reabilitado.

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