“Prodígio” da música erudita estreia ópera em Viena aos 11 anos
Cinderella conta a história de uma jovem compositora que oferece ao seu príncipe, um poeta, uma melodia.
Com apenas 11 anos, Alma Deutscher prepara-se para estrear em Viena uma ópera. É o mais recente feito de uma jovem prodígio que começou a compor com seis anos – sonatas para piano e concertos para violino – e editou o primeiro álbum aos oito.
A ópera Cinderella terá a sua primeira apresentação a 29 de Dezembro no Casino Baumgarten Wien, na mesma cidade onde tocaram Schubert e Mozart, compositores a quem é muitas vezes comparada. Alma tocará violino e piano juntamente com a orquestra que a acompanhará.
O palco não assusta este pequeno prodígio, há muito habituada a dar espectáculos. Em Fevereiro, Alma confidenciou ao Guardian que nunca ficava “nervosa em palco”. “Quando toco, tenho o controlo, sei o que estou a fazer e por isso não vejo por que ficar nervosa”, disse.
Foi esta confiança que arrebatou o maestro indiano Zubin Mehta, director musical honorário do Teatro de San Carlo, em Nápoles, conhecido por apoiar jovens talentos e actual patrono na produção de Cinderella em Viena.
Apesar de tão tenra idade, Alma Deutscher tem no curriculum trabalhos que lhe valeram a atenção do meio artístico. Prova disso são as declarações da soprano australiana Anna Voshege, que nesta ópera interpreta a meia-irmã da heroína. “Ouvi a música antes de saber a sua idade, e fiquei em choque. Ela tem nuances verdadeiramente complexas, verdadeiramente especiais”, afirmou a soprano, citada pelo Le Figaro.
"Quando ela começou a escrever as suas próprias canções, percebemos que estávamos perante alguém realmente especial", disse o pai da jovem compositora, Guy Deutscher, ao mesmo jornal francês. Alma vive com os pais no Sul de Londres e é em casa que aprende o que as outras crianças da sua idade aprendem na escola – foi a forma encontrada pelos pais para a criança conseguir responder a todas as solicitações para espectáculos.
A história de Cinderella passa-se num país imaginário habitado por músicos imaginários. A heroína é uma jovem compositora que oferece ao seu príncipe, um poeta, uma melodia.
Texto editado por Hugo Torres