Parceria EUA-Cuba no arranque do Outono em Jazz

Festival ocupa a Casa de Música até 19 de Outubro, com nomes como Chucho Valdés e Joe Lovano, Maria João, Dino Saluzzi ou Konstrukt

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Chucho Valdés & Joe Lovano Jimmy Katz
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Maria João Alexandre Cabrita

Há muito que as relações políticas, diplomáticas e económicas entre Estados Unidos e Cuba não são propriamente um cenário paradisíaco. Mas em cima do palco, sem embargos nem Guantánamo à vista, a convivência é bastante mais pacífica. Dois históricos do jazz mundial, o pianista cubano Chucho Valdés e o saxofonista norte-americano Joe Lovano são os grandes cabeças de cartaz do Outono em Jazz, festival que toma conta da Casa da Música (Porto), entre 13 e 19 de Outubro.

Há muito colegas de editora na mítica Blue Note, Valdés e Lovano só recentemente juntaram as suas apuradas sensibilidades melódicas num jazz de óbvio travo latino, à frente de um quinteto de luxo made in Cuba. A eles cabe o concerto de abertura do Outono em Jazz, abrilhantado por uma outra parceria transnacional. Depois de participar no álbum Porto da Madama, a cantora portuguesa Maria João voltou a encontrar-se com o brasileiro Guinga para, em duo de voz e violão, registarem o álbum Mar Afora. Será esse reportório que estrearão em Portugal na Casa da Música, dia 18, na mesma noite em que Dino Saluzzi apresentará os seus argumentos no bandonéon enquanto seguidor de Astor Piazzolla.

O programa completa-se com uma das mais recentes revelações do jazz vocal, Sara Gazerek, no dia 14, com actuação a solo do pianista suíço-tunisino Moncef Genoud e a mescla de jazz, soul e música africana de Selma Uamusse (ambos a 15), encerrando a 19 de Outubro com concertos do guitarrista Alessandro Penezzi e do trio Summrá.

No entanto, o programa mais arrojado está previsto para dia 17, quando o incandescente quarteto turco de saxofones de música improvisada Konstrukt se juntar ao português Rodrigo Amado para uma sessão que se prevê agitada. Na mesma noite, os Angles 6 de Martin Küchen – entretanto promovidos a Angles 8 – farão uma demonstração de vitalidade do jazz nórdico contemporâneo.

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