Tusk apela a discussão "honesta" sobre plano pós-"Brexit"

À chegada para a primeira cimeira sem o Reino Unido, repetem-se os pedidos para uma discussão "honesta" e cooperação para o futuro do projecto europeu.

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À chegada a Bratislava, Donald Tusk pediu uma discussão honesta REUTERS/Leonhard Foeger

Os 27 chefes de Estado ou Governo europeus iniciam esta sexta-feira na Eslováquia as discussões sobre o futuro da UE sem o Reino Unido – algo que já foi apelidado de “processo Bratislava,” por começar na capital eslovaca.

Trata-se da primeira reunião para encontrar um rumo a 27, mas já estão planeadas pelo menos mais duas cimeiras (sem a presença do Reino Unido) para definir como resolver problemas como a crise migratória, o combate ao terrorismo, bem como, o crescente sentimento anti-europeu.

Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, pediu aos líderes que olhem para os problemas que o bloco atravessa de forma “sóbria” e “honesta.”

À chegada para a reunião, o primeiro-ministro eslovaco alertou para o momento que se vive na União: “Depois do [voto britânico a favor do] Brexit, e os riscos que estão associados ao Brexit, é absolutamente necessário encontrarmo-nos e sermos bastante honestos.”

“Todos queremos mostrar união...temos de continuar este projecto,” continuou Robert Fico, adiantando que o “processo Bratislava” tem como objectivo definir um plano para a UE seguir nos próximos seis meses.

A reunião na Eslováquia não ditará medidas concretas, pois trata-se de um encontro informal, mas é uma oportunidade para definir a agenda.

“A Europa precisa de uma nova visão e uma agenda concreta,” disse Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego. Na sua chegada a Bratislava disse que espera que se encontre uma “base comum” entre os 27 e que a Europa “não sonambule na direcção errada”.

É preciso ultrapassar a desconfiança

Para o primeiro-ministro português, o encontro em Bratislava é uma oportunidade para ultrapassar “a desconfiança” que há entre os Estados-membros.

"Acho que começámos bem, com a constatação da evidência: há um problema. Demos um segundo passo importante, que foi afirmar todos a vontade de resolvermos este problema em conjunto. Agora vamos fazer o essencial, que é resolver o problema", declarou António Costa antes de se reunir com os restantes líderes.

O chefe do Governo disse ainda que se desenvolveu “uma enorme fractura cultural e desconfiança entre todos, entre Leste e Oeste, entre Sul e Norte” nos últimos anos e é preciso ultrapassá-la para se construir algo em comum.

Não é claro como é que os chefes de Estado pretendem resolver este assunto, mas a discussão inclui planos nas áreas da segurança interna e externa, e desenvolvimento económico. 

"As pessoas preocupam-se sobretudo com a segurança, com a prosperidade e com o emprego, e é aí que temos que nos concentrar. Não com grandes discussões institucionais, não com grandes revisões dos tratados, mas resolvendo os problemas práticos", sublinhou Costa.

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