Intel aposta em realidade aumentada e parceria com ARM para o mundo pós-PC

Empresa vai passar a produzir chips com tecnologia da ARM, que é usada na maioria dos dispositivos móveis.

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Uma demonstração do projecto Alloy Intel

A Intel cresceu a fabricar processadores durante a era dourada dos computadores pessoais. Com o declínio destes aparelhos e a ascensão dos smartphones, a multinacional americana está esforçar-se para se adaptar a um mundo diferente. Uma parceria com a rival AMR e uma aposta na realidade virtual e aumentada fazem parte do plano.

A empresa anunicou que vai passar a fabricar processadores desenhados pela britânica AMR, uma concorrente de longa data e cuja tecnologia teve muito mais sucesso do que a da Intel junto dos fabricantes de dispositivos tablets e telemóveis. Os processadores com arquitectura ARM equipam a generalidade destes aparelhos, independentemente da marca.

O modelo de negócio da ARM passar por conceber os processadores e licenciar o fabrico a outras empresas, em vez de os fabricar. A Intel, que já trabalhava antes com a empresa britânica, junta-se assim a uma longa lista de fabricantes que recorrem à tecnologia da ARM. Vai competir com empresas como a Taiwan Semiconductor Manufacturing e a Samsung, que produzem processadores ARM para outras empresas, entre as quais a Apple.

Num outro anúncio, a companhia americana revelou também aquilo a que chamou o projecto Alloy. Trata-se de uns óculos de realidade virtual e aumentada (em que as imagens digitais se sobrepõem ao mundo físico), que integram todos os componentes necessários à tecnologia, incluindo processador e sensores, não estando assim dependente de computadores e outros equipamentos externos.

Uma demonstração durante um evento da Intel deu uma ideia do tipo de cenário que a empresa antecipa e na qual elementos físicos e digitais se combinam. Um funcionário da empresa usou um daqueles óculos no palco. O aparelho dava ao utilizador imagens de uma sala. Quando surgiu uma porta virtual, o utilizador pôde esticar o braço, que foi reconhecido pelo aparelho e incluído na imagem digital, e assim abrir a porta.

Neste projecto, a Intel está a trabalhar numa parceria com a Microsoft – uma empresa que, por sua vez, surpreendeu ao apresentar no início do ano passado os seus óculos de realidade aumentada, os HoloLens. Para além dos óculos, a Microsoft também tem um conjunto de ferramentas para a criação deste tipo de conteúdos e o objectivo da parceria é que os mundos virtuais criados em Windows sejam compatíveis com os óculos do projecto Alloy.  

Várias outras empresas estão a apostar neste género de tecnologia, incluindo a Samsung e o Facebook (que é dono de uma empresa de realidade virtual chamada Oculus Rift). Para a Intel, a realidade virtual e aumentada é mais um caminho na já anunciada estratégia de deixarem de ser uma empresa com o negócio assente nos PC, para serem uma empresa que desenvolve processadores para o leque cada vez mais vasto de aparelhos conectados.

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