Os quatro argelinos que se introduziram na pista do aeroporto de Lisboa no passado dia 30 de Julho, para escaparem ao controlo fronteiriço, foram condenados nesta quinta-feira pelo Tribunal de Pequena Instância Criminal do Campus da Justiça, em Lisboa, a quatro anos de prisão cada um, ficando a pena suspensa por igual período.

Foram acusados de terem posto em risco a vida de outros passageiros, uma vez que, devido à invasão da pista, vários voos tiveram de ser desviados para aeroportos alternativos. Com idades entre os 20 e os 33 anos, foram condenados por atentado à segurança de transporte aéreo mas não por introdução em recinto vedado ao público, crime de que também estavam acusados, uma vez que a Ana – Aeroportos de Portugal não formalizou uma queixa nesse sentido, embora ainda o possa vir a fazer.

Na leitura da sentença, a juíza salientou isso mesmo, dizendo que o comportamento dos quatro homens “podia ter provocado um desastre”.

Os quatro pediram asilo ao Estado português por motivos económicos: dizem não ter meios de subsistência na Argélia. Dois deles invocam ainda perseguição no país de origem, um por motivos religiosos — diz ser católico e não muçulmano — e outro por razões sexuais: alega ser homossexual.

A medida da pena hoje anunciada anulará, em princípio, a possibilidade de o Estado português lhes conceder asilo e dois dos homens terão inclusive já manifestado vontade de regressar à Argélia. Em todo o caso, as suas advogadas deverão recorrer da sentença.