Testes rápidos de VIH/sida numa praia perto de si

Iniciativa da associação Abraço decorre de 8 a 23 de Agosto em praias das regiões do Porto e Lisboa

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A Abraço estará diariamente em cada uma das 13 praias Fernando Veludo/ nFactos

Durante o mês de Agosto vai ser possível realizar testes rápidos nas praias para detectar se é portador ou não do vírus da sida ou outras doenças sexualmente transmissíveis (DST). A partir da próxima segunda-feira e até dia 23 estarão disponíveis para os utilizadores das praias portuguesas profissionais de saúde para esclarecer dúvidas, realizar testes e eventualmente encaminhar os utentes portadores de alguma DST.

Gonçalo Lobo, presidente da Abraço, explicou ao PÚBLICO que o objectivo da campanha é “oferecer a realização do teste rápido para aumentar o conhecimento posterior do estatuto serológico das pessoas relativamente ao VIH, hepatite B, hepatite C, sífilis e gonorreia”. O “teste será anónimo, gratuito e confidencial”.

A Abraço estará diariamente em cada uma das 13 praias escolhidas, na zona do Porto e de Lisboa, e contará em cada unidade móvel ou tenda com dois psicólogos e um enfermeiro para aconselharem os portugueses e realizarem os testes caso seja detectado algum comportamento de risco. A acompanhar estes profissionais estará uma equipa de sete voluntários a distribuir seis mil preservativos e dez mil kits de prevenção — compostos por um preservativo, um lubrificante e um cartão informativo —, valores estimados tendo em conta anteriores campanhas de sensibilização. Segundo Gonçalo Lobo, os voluntários estarão também a “chamar e a sensibilizar as pessoas para a realização do teste”.

O teste rápido do VIH/sida é um teste simples que permite conhecer o estatuto serológico de cada um em muito pouco tempo. “É apenas uma pequena picada no dedo em que tiramos umas gotas de sangue” e passados 20 minutos as pessoas sabem o resultado, explica o presidente da Abraço.

Os profissionais de saúde vão proceder ao aconselhamento pré e pós teste e, de acordo com os comportamentos de risco identificados, os utentes terão de realizar um ou dois testes. Se os comportamentos de risco não forem excessivos apenas é aplicado o teste que detecta o VIH e sífilis.

O teste da hepatite B e C só é aplicado se a pessoa apresentar determinados requisitos. Por exemplo, se alguém for consumidor de drogas intravenosas deverá realizar os testes todos, uma vez que aí há um maior risco de contágio de uma ou mais infecções sexualmente transmissíveis. Gonçalo Lobo explica que, em caso de o teste dar positivo, a Abraço tem “um mecanismo de via verde, onde as pessoas conseguem entrar logo nos hospitais” para confirmar o diagnóstico e saberem realmente se estão infectadas ou não pelo VIH. Posteriormente será feito todo o tratamento e acompanhamento ao nível das unidades do Serviço Nacional de Saúde.

Texto editado por Tiago Luz Pedro

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