Fogos: presidente da Câmara de Manteigas lamenta "enorme perda ambiental"

Concelho foi atingido por dois incêndios no fim-de-semana. Autarca não crê em causas naturais e defende substituição de espécies arbóreas

Foto
Mais de três mil fogos foram registados só em Fevereiro Adriano Miranda

O presidente da Câmara Municipal de Manteigas, José Manuel Biscaia, lamentou esta segunda-feira a "enorme perda ambiental" provocada pelos dois incêndios que deflagraram no fim-de-semana naquele concelho. E reivindicou uma intervenção florestal no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).

"Tenho-o dito sucessivamente: é preciso fazer uma intervenção muito concreta. Não se trata de deitar abaixo por deitar abaixo, mas efectivamente vimos verificando que as coisas não estão bem de certeza absoluta e, por isso, deixo aqui o apelo ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e aos baldios para equacionarem um estudo de gestão e planeamento florestal que não está feito", disse o autarca à agência Lusa.

José Manuel Biscaia defende ser importante "fazer um estudo e consequente intervenção no terreno relativamente às espécies arbóreas", optando pela "gradual substituição das espécies resinosas a favor das espécies folhosas ou outras que, de alguma maneira, evitem ou pelo menos minimizem os efeitos sempre que há um incêndio".

Lembrando que quando há fogos nesta zona "os impactos e perdas são incontáveis", quer em termos do património ambiental, quer nos reflexos do ponto de vista turístico,o presidente da câmara apelou a todos para que "tenham o máximo cuidado" no sentido de evitarem situações como as do fim-de-semana. O autarca não acredita que os incêndios tenham tido origem natural.

"É uma lástima que estas coisas aconteçam, até porque temos a sensação nítida e clara de que não terá sido por causas naturais", declarou, apontando a hora e local em que os fogos eclodiram como fundamentos desta "convicção".

O primeiro incêndio começou ao início da tarde de sábado na localidade de São Pedro e só foi dominado no domingo de manhã. À hora de almoço desta segunda-feira encontrava-se em fase de rescaldo. O segundo deflagrou no domingo na freguesia de Sameiro, concelho de Manteigas, tendo sido dominado pelas 10h desta segunda-feira, cerca de 24 horas depois de deflagrar. No local ainda se encontravam à hora de almoço 342 operacionais, acompanhados de 106 viaturas, cinco meios aéreos e três máquinas de rasto.

As causas deste fogo, que segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Guarda deverá entrar em fase de rescaldo nas próximas horas, ainda estão por apurar. O incêndio chegou a ter três frentes activas, tendo duas delas sido dominadas durante a noite. Só esta segunda-feira de manhã a terceira frente foi dada também como dominada.

 Ambos os incêndios deflagraram em zonas de mato, de acordo com o site da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

 

Sugerir correcção
Comentar