À procura de sósias de Van Gogh

Douglas Coupland, o autor de Geração X, quer fazer uma escultura inédita dedicada ao pintor holandês.

Foto
Auto-retrato de Van Gogh, de 1887 Reuters

Are You Vincent?”: o artista e escritor canadiano Douglas Coupland, aclamado autor de Geração X (1991), anda à procura de sósias do famoso pintor holandês.

Os interessados, de qualquer parte do mundo, deverão candidatar-se directamente no site http://iamvincent.com/ até ao próximo dia 20 de Agosto, e assim habilitar-se a ganhar cinco mil euros e a fazer uma viagem – com um amigo à escolha – a Vancôver, cidade onde Douglas Coupland tratará de fazer um scan em 3D da pessoa em causa, com o objectivo de criar uma escultura em bronze com três metros de altura, desse modo retratando “o melhor sósia” do autor de Os Girassóis.

A nova iniciativa do autor canadiano, que com os romances Geração X e Geração A (editados em Portugal pela Teorema, respectivamente em 1994 e 2010) ficcionou o presente e o futuro dos filhos da Internet e dos consumidores da cultura techie, é uma ideia divertida. Mas Douglas Coupland diz também tratar-se de um projecto sério: “Gostaria de iniciar uma discussão sobre novas formas de relação entre ciência, arte e globalização”, diz o artista, citado pelo jornal The Guardian, ao mesmo tempo que teoriza sobre a relevância dos homens ruivos, lembrando que eles são entre 1 a 2% da população mundial, e chegam aos 6% no Norte da Europa.

Coupland, 54 anos, acredita, de resto, que os ruivos são resultantes da “mais recente mutação genética humana bem-sucedida”, que ocorre em pessoas que têm dois pares de genes que determinam a cor do cabelo e a pigmentação da pele.

“Esta é uma maneira complexa de dizer que não há forma de prever quando é que um gene vai sofrer uma mutação e que espécie de característica é que ela trará. Esta magia genética é um microcosmos da forma como a vida no mundo muda com o tempo”, acrescenta o artista-escritor, adiantando o desejo de que a escultura que projecta criar em Vancôver – e que espera que seja a primeira de uma série de outras peças representando ruivos – se torne um bronze “eterno” e “imbuído do século XXI”.

Em paralelo com a sua obra literária já bem conhecida em todo o mundo, Douglas Coupland tem também já uma carreira na área das artes plásticas, que se tornou especialmente conhecida com a escultura Gumhead (2014), um auto-retrato em que representa a sua própria cabeça em tamanho gigante e em fibra de vidro, numa praça de Vancôver, com o convite aos visitantes para que a cubram com os restos das suas pastilhas elásticas – no espaço de poucos meses, lembra o Guardian, a obra tornou-se numa peça “pegajosa e nojenta” com mais de 200 mil pastilhas elásticas coladas!...

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