Portugal vai sair à rua “Por Todas Elas”

Esta quarta-feira, Porto, Coimbra e Lisboa vão marchar "Por todas elas". O objectivo das manifestações é apelar ao fim da violência e demonstrar solidariedade para com a jovem brasileira que foi violada por mais de 30 homens

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Verne Ho/Unsplash

"Basta!” e “Não à cultura do Estupro!” são as frases de ordem para esta quarta-feira. Às 17h00, Porto, Lisboa e Coimbra aliam-se ao outro lado do Oceano Atlântico. No Brasil, a propósito da jovem de 16 anos que foi violada, na passada quarta-feira, por 33 homens, várias vozes decidiram unir-se para gritar “Basta!” contra a violência sobre as mulheres. Articulado com esse movimento, do lado de cá do oceano, estão três manifestações programadas.

A Norte, o protesto é organizado pelo Colectivo Feminista do Porto. “Atendendo aos últimos acontecimentos, é uma questão de solidariedade e de sororidade para com as mulheres e a população brasileira. Porque este tipo de acontecimento, nós até podemos achar que é um caso isolado, mas na verdade não é. Infelizmente, podemos também achar que é único de uma determinada parte do planeta, mas também não é”, expõe ao JPN Aida Suárez Gutierrez, membro do colectivo e uma das caras da organização da manifestação.

O pedido de mobilização é feito não só ao sexo feminino, como a toda a população. “Nós não estamos a fazer um chamamento a mulheres. E fazê-lo em feminino não quer dizer que seja unicamente para mulheres”, sublinha Aida. Pretende-se deste modo “sensibilizar, tornar mais evidente que este tipo de acontecimento não é isolado, não é único de uma parte do mundo, nem de um tipo específico de pessoas”.

“Mexeu com uma, mexeu com todas!” vai ser ecoado pela Avenida dos Aliados, no Porto, a partir das 17h, em frente à Câmara Municipal do Porto. Está previsto que o protesto termine por volta das 20h. Em Coimbra, o encontro está marcado, à mesma hora, na Praça 8 de Maio e, em Lisboa, na Praça da Figueira.

A manifestação partiu de um caso isolado, mas não se quer focar apenas nesse acontecimento. “É por ela e por todas as outras vítimas que não foram visualizadas e das quais nós não temos conhecimento. O mundo é muito grande, os nossos olhos nunca conseguirão ver tudo. Exactamente no Brasil, na mesma semana, uma menina de 12 anos foi violada por três colegas de escola mais velhos. E se nós sairmos do Brasil e saltarmos para outro país ou outro continente vamos encontrar as mesmas coisas. Até mesmo no nosso país”, denuncia Aida. 

Artigo actualizado às 12h26 de 1 de Junho.

Foram acrescentadas informações relativas às manifestações de Coimbra e Lisboa

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