Convento São Francisco, em Coimbra, quer ser escola de dança e espaço de criação

O espaço está já a planear parcerias com estruturas nacionais, como o Teatro Nacional São Carlos, o Teatro Nacional Dona Maria II e com a Casa da Música

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Convento São Francisco em CoimbraSérgio Azenha

O Convento São Francisco, em Coimbra, quer criar uma Escola Superior de Dança, Corpo e Movimento e ser um espaço de criação artística e de coprodução, que se relacione com agentes e estruturas da cidade e da região.

O consultor de programação do Convento São Francisco, João Aidos, disse à agência Lusa que o equipamento, com um investimento de 42 milhões e que reabre na sexta-feira, dia 8 de Abril, tem o objectivo de num espaço de quatro anos ter uma Escola Superior de Dança, Corpo e Movimento. Esta vontade pretende ligar a estrutura do convento ao Conservatório de Música de Coimbra, que tem "ensino integrado de Dança até ao 9.º ano e que vai ter até ao 12.º".

Segundo João Aidos, o Convento São Francisco já encetou também contactos com uma "das escolas de referência na Europa", a holandesa Codarts, considerando que se justifica a criação desta instituição face à existência apenas da Escola Superior de Dança de Lisboa. Na sua visão para o espaço, o assessor contratado por ajuste directo pela Câmara de Coimbra, pretende apostar também num serviço "de mediação de públicos permanente" para toda a comunidade e numa relação do espaço com a história e com a ciência, potenciando, por um lado, a carga histórica de Coimbra, e, por outro, a sua afirmação enquanto "cidade muito contemporânea".

A programação será "muito cuidada" para que não haja "um excesso de oferta", explanou, afirmando que este equipamento tem também "uma responsabilidade muito grande" de estar atento "à cidade e ao território", trabalhando em rede com pessoas, agentes, profissionais e estruturas da região. O espaço está já a planear parcerias com estruturas nacionais, como o Teatro Nacional São Carlos, o Teatro Nacional Dona Maria II e com a Casa da Música, com quem já tem dois espetáculos marcados para o final do ano, informou.

Segundo João Aidos, seria importante um apoio estatal para o Convento São Francisco. Frisou que faria sentido uma parceria com o Ministério da Cultura para transformar o espaço numa "plataforma de apoio à criação", ou com o Ministério da Economia, pela associação do equipamento com as indústrias criativas. "Tal como Serralves, a Casa da Música e o CCB têm uma dotação orçamental que permite garantirem" um serviço público e um apoio à criação. "Coimbra claramente tem todas as condições para se posicionar a esse nível", constata.

Quanto a apoios privados e possibilidade de mecenas, João Aidos apontou para o 'cluster' da saúde, "muito forte" na região, que poderá ter "um papel social" numa colaboração com o São Francisco. A vereadora da Câmara de Coimbra Carina Gomes referiu à agência Lusa que o município está disponível para acolher mecenas, bem como negociar o 'naming' de ciclos, espaços do São Francisco ou de um evento específico. O equipamento tem neste momento "uma equipa de missão" a gerir o espaço, com recurso a serviços da Câmara e assessoria especializada, podendo depois passar pela criação de uma empresa municipal. O novo Orçamento do Estado permite "a criação de uma empresa municipal" para gerir o convento, mas a sua formalização é um processo moroso e que implica um "estudo específico ao novo quadro legal", referiu o presidente do município, Manuel Machado.

O Convento São Francisco - Coimbra Cultura e Congressos recebeu um investimento de 42 milhões de euros e tem um orçamento "provisório" de 1,5 milhões de euros para funcionamento e programação.

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