Mário Centeno: “Todos os exercícios de previsão têm riscos”

Ministro das Finanças defende-se das críticas do Conselho das Finanças Públicas, afirmando que as hipóteses em que se baseiam as previsões são retiradas do BCE e do FMI.

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Daniel Rocha

Em resposta directa às críticas feitas pelo Conselho de Finanças Públicas, o ministro das Finanças procurou esta sexta-feira desdramatizar os receios sobre as previsões económicas em que o Governo se baseou para elaborar o esboço do Orçamento deste ano.

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Em resposta directa às críticas feitas pelo Conselho de Finanças Públicas, o ministro das Finanças procurou esta sexta-feira desdramatizar os receios sobre as previsões económicas em que o Governo se baseou para elaborar o esboço do Orçamento deste ano.

“Todos os exercícios de previsão têm riscos”, afirmou Mário Centeno na apresentação do plano orçamental de 2016, no Ministério das Finanças, apresentando como principal linha de defesa o facto de o cenário macroeconómico do Governo utilizar como hipóteses de enquadramento externo, as previsões que têm vindo a ser feitas recentemente por instituições internacionais, como o BCE e o FMI.

“A previsão com políticas orçamentais, e como qualquer exercício de previsão, está dependente das hipóteses assumidas para este exercício” e as hipóteses externas, disse, são essenciais nestas projecções. “Nas hipóteses que consideramos essenciais, baseamo-nos naquilo que é a leitura da mais recente informação disponível, por exemplo, as novas previsões do FMI divulgadas esta semana e que apontam para uma aceleração de duas economias fundamentais para as exportações portuguesas, a Espanha e a Alemanha”.

No parecer que fez ao esboço de Orçamento do Estado apresentado pelo Governo, o Conselho das Finanças Públicas defende que as projecções para a evolução da economia em que o Governo baseia os seus planos apresentam “riscos relevantes” e são “pouco prudentes” no que diz respeito a diversos indicadores.

A entidade liderada por Teodora Cardoso diz em particular que a presente conjuntura internacional deveria levar a uma maior prudência na hipótese assumida para a evolução da procura externa”, acrescentando que “os riscos decorrentes de previsões que se revelem optimistas são especialmente significativos num contexto de forte incerteza quanto à evolução da economia mundial e de elevado endividamento da economia portuguesa”.

Mário Centeno não concorda com a ideia de que exista imprudência na suas previsões. Pelo contrário, repetiu por diversas vezes, diz que há bastante cautela, especialmente no que diz respeito às estimativas para as exportações. o ministro defende que, mesmo num cenário em que procura externa relevante para a economia portuguesa regista um crescimento, o Governo aponta para um abrandamento das vendas de bens e serviços ao estrangeiro.

Na conferência de imprensa, Mário Centeno defendeu a sua proposta, dizendo que “é um orçamento responsável que favorece o crescimento económico e a criação de emprego, melhora a protecção social e assegura o rigor das contas públicas”, reduzindo o défice para 2,6% e a dívida pública para 126%, menos 2,7 pontos percentuais em relação a 2015. O défice estrutural terá uma redução depara 1,1%.