Três turistas estrangeiros esfaqueados num hotel de Hurghada

Polícia matou um atacante e deteve o segundo. Incidente é um novo golpe para o turismo no Egipto

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As autoridades egípcias asseguram que os turistas sofreram apenas ferimentos ligeiros Mohamed Abd El Ghany/Reuters

Três turistas, dois austríacos e um alemão, foram esfaqueados por dois atacantes na sexta-feira à noite num hotel de Hurghada, estância na costa do mar Vermelho, num novo golpe para o sector turístico do Egipto.

A polícia, depois de informações contraditórias, confirmou ter morto um dos atacantes – um estudante com cerca de 20 anos – e detido o segundo, depois de uma troca de tiros em que este ficou gravemente ferido.

Alguns hóspedes do Bela Vista Hotel contaram ter ouvido trocas de tiros e fontes da segurança egípcia disseram à televisão britânica BBC que os atacantes teriam como objectivo sequestrar turistas estrangeiros. Mas na visita que efectuou já neste sábado ao local, o ministro do Turismo egípcio, Hicham Zazou, assegurou que os atacantes estavam apenas armados com facas e “agiram como amadores”. “Se alguém quer provocar um incidente terrível não vai armado apenas com facas”, afirmou, citado pela AFP.

Segundo as autoridades egípcias, os três estrangeiros sofreram ferimentos ligeiros, informação que foi confirmada ao jornal Expressen pelo pai da vítima de nacionalidade sueca.

Na véspera do ataque, que ainda não foi reivindicado, um autocarro que transportava turistas israelitas foi atingido por disparos junto a um hotel do Cairo, num incidente de circunstâncias ainda pouco claras. Numa mensagem divulgada online, o braço egípcio do Estado Islâmico reivindicou a acção, em resposta a um apelo do líder do grupo jihadista para “atacar judeus onde quer que eles se encontrem”. A polícia egípcia afirma, porém, que os disparos visaram agentes estacionados junto ao hotel, acrescentando que no autocarro transportava árabes israelitas.

Os dois incidentes são, ainda assim, um novo mau augúrio depois de um ano negro para o turismo, que empregava um em cada nove egípcios e representa uma das principais fontes de receita do país.

O sector, já muito afectado pela instabilidade que se seguiu à revolução de 2011, sofreu um duro golpe quando, a 31 de Outubro, um avião russo com 224 pessoas se despenhou pouco depois de descolar de Sharm el-Sheik, estância situada frente a Hurghada, na margem oposta do mar Vermelho. A acção foi reivindicada pelos jihadistas do Sinai, que se filiaram no Estado Islâmico e tanto os investigadores russos como europeus afirmam que o aparelho se despenhou após a explosão de uma bomba a bordo – tese que as autoridades egípcias continuam sem reconhecer.

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