Construtoras acusadas de explorar trabalhadores nas obras para o Mundial2022

"Cerca de 7000 trabalhadores poderão morrer no Qatar, antes do início do Mundial de 2022", diz relatório.

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REUTERS/Naseem Zeitoon

A Confederação Internacional de Sindicatos (ITUC) acusou as empresas de construção estrangeiras que trabalham nas obras para o Mundial de futebol do Qatar de explorarem os trabalhadores e reduzi-los a "escravos dos tempos modernos".

Um relatório da ITUC divulgado nesta sexta-feira, dia mundial dos migrantes, refere que as empresas têm "lucros da ordem dos 15 mil milhões de euros", recrutando "cerca de 1,8 milhões de migrantes, que são escravos dos tempos modernos".

A secretária-geral da ITUC, Sharan Burrow, referiu que os lucros "são favorecidos por níveis de salários assustadoramente baixos, muitas vezes baseados num sistema de discriminação racial" e acusou as construtoras de exporem os migrantes "a riscos elevados de acidentes de trabalho".

O relatório refere que "cerca de 7000 trabalhadores poderão morrer no Qatar, antes do início do Mundial de 2022", sem especificar as causas potenciais das mortes.

Os projectos de construção referentes ao Mundial2022, com custos estimados em 200 mil milhões de dólares (184,7 mil milhões de euros), têm atraído construtoras estrangeiras que, segundo o relatório, pagam salários a rondar os 1,5 dólares (1,38 euros) por hora, apoiando-se no sistema kafala – este permite aos empregadores confiscarem os passaportes dos trabalhadores, impedindo-os que mudem de emprego ou saiam do país. O Qatar já manifestou intenção de alterar este sistema.

No relatório, a ITUC pede às autoridades que alterem o sistema e apela a um papel mais interventivo da FIFA na "defesa dos direitos dos trabalhadores".

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