CMVM pede a Banif para esclarecer mercado

Forte volatilidade das acções, que depois de quedas consecutivas subiram 56%, levou a instituição a emitir comunicado.

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Mesmo com o aumento, os títulos do Banif não chegam a valer um cêntimo. Catarina Oliveira Alves

O comportamento das acções do Banif em bolsa levou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a pedir à instituição bancária liderada por Jorge Tomé que emitisse um comunicado ao mercado. Os títulos do Banif subiram, ontem, 56%, depois de perdas consecutivas, para mínimos históricos e grande volatilidade

Mesmo com o aumento registado na sessão desta sexta-feira, os títulos do Banif não chegam a valer um cêntimo, tendo agora uma cotação de 0,0014 euros.

O documento diz que os esclarecimentos, dados "por indicação da CMVM", surgem na sequência de um "elevado número de notícias que têm sido recentemente divulgadas na comunicação social, sem referência concreta às respectivas fontes, que estarão na origem da elevada volatilidade que as suas acções têm registado". 

O Banif indica que tem em curso "um processo de venda estruturada" de activos, integrado "no seu plano de reestruturação". Em paralelo, "está envolvido num processo formal e estruturado tendente à selecção de um investidor estratégico". “O Banif não tem conhecimento de qualquer decisão da Direcção Geral de Concorrência da Comissão Europeia referente ao procedimento formal de investigação actualmente em curso”, refere a nota, que conclui que o conselho de adminitração "continua a implementar as medidas de reorganização societária e de reestruturação operacional previstas no Plano de Reestruturação apresentado às autoridades nacionais e comunitárias".

A meio da manhã, as acções do banco valorizavam 33%, compensando as perdas da sessão de quinta-feira, quando desvalorizaram 30,77%, fechando a valer 0,0009 euros, o valor mais baixo de sempre. 

Em Dezembro de 2012 o Banif recebeu 1100 milhões de euros de apoio estatal: 400 milhões por via de obrigações de capital contingente (CoCo´s) e 700 milhões de euros por injecção de verbas. Em 2014, Jorge Tomé liquidou parte do empréstimo, 275 milhões, mas falhou o pagamento da última tranche de 125 milhões. De acordo com as regras europeias, por estar em incumprimento, pode ser instado a devolver o que recebeu do Estado no contexto do plano de recapitalização, o que atiraria o banco para uma má posição. Bruxelas chumbou o plano de viabilidade apresentado e exige ao Banif (parcialmente nacionalizado) que siga medidas contestadas pela instituição

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