Os países mediterrânicos que integram a Iniciativa 5+5 decidiram esta quinta-feira reforçar a cooperação entre as respectivas "forças especiais" para combater o terrorismo, anunciou o ministro da Defesa, no final da reunião.

Em declarações à Lusa a partir de Tunes (Tunísia), Azeredo Lopes disse que a declaração conjunta da reunião de ministros da Defesa que hoje terminou acentua a "dimensão da ciberdefesa" e propõe "uma cooperação reforçada ao nível da formação e cooperação entre forças especiais numa perspectiva de defesa contra o terrorismo".

A ameaça terrorista transnacional esteve no centro do debate da reunião da Iniciativa 5+5 Defesa, que agrega os cinco países do sul da Europa (França, Itália, Malta, Portugal e Espanha) e cinco países do norte de África (Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia).

José Alberto de Azeredo Lopes, que tomou posse no dia 26 de Novembro, afirmou que o Governo português "se revê na declaração conjunta que veio a ser preparada ao longo de 2015".

Na reunião de ministros da Defesa, foi "destacada a solidariedade dos 5+5 relativamente à Líbia" e afirmada a intenção de "os estados participantes contribuírem de acordo com os seus meios e de acordo com os objectivos da Iniciativa, para a estabilização da situação na Líbia".

De acordo com Azeredo Lopes, não há ainda definição sobre o que poderá constituir essa colaboração para a estabilização daquele país, que integra a Iniciativa 5+5.

"A Líbia serve hoje de porto de abrigo para todo o tipo de organizações transnacionais, quer aquelas que se dedicam ao tráfico de pessoas, quer aquelas que são filiadas ao Daesh [acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico (EI)]. Uma situação que também ameaça a nossa segurança", observou.

Sublinhando a importância da realização de exercícios militares conjuntos, Azeredo Lopes destacou o Exercício Seaborder 2015, que decorreu ao largo de Portimão entre 29 de Setembro e 2 de Outubro.

Na declaração final, os países participantes comprometeram-se a consolidar a cooperação "no domínio da segurança e estabilidade das fronteiras", e "afirmaram a sua determinação em estabelecer mecanismos comuns para o desenvolvimento de capacidades operacionais e troca de informações para enfrentar de modo mais eficaz as ameaças" adianta o ministério da Defesa português, em comunicado.

A Iniciativa 5+5, presidida este ano pela Tunísia e no próximo ano pela Argélia, visa promover a cooperação multilateral para o reforço da segurança e defesa da região do Mediterrâneo ocidental, promovendo a "troca de experiências e conhecimentos mútuos entre os participantes", sublinha o ministério.