BE considera “natural” que Governo se empenhe na meta do défice

Catarina Martins, porta-voz do BE, rejeita desistência de Marisa Matias antes da primeira volta.

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Catarina Martins, Mariana Mortágua e Marisa Matias este domingo na reunião da Mesa Nacional do BE ENRIC VIVES-RUBIO
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A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou “natural” que o Governo liderado por António Costa mostre empenho em fixar a meta do défice de 2015 abaixo dos 3%, caso contrário Bruxelas poderá impor medidas que são indesejáveis. A dirigente, que falava este domingo no final da reunião da Mesa Nacional do partido, assegurou ainda que a candidatura de Marisa Matias é “para levar até ao fim”.

O Governo, pela voz do ministro das Finanças Mário Centeno, tem declarado que “fará tudo o que é possível” para que a meta do défice de 2015 fique abaixo dos 3%, com vista a que Portugal possa sair do procedimento por défice excessivo e ter acesso a alguma flexibilidade por parte de Bruxelas. Apesar de sempre ter desvalorizado o cumprimento rigoroso das metas do défice, o BE encara agora com naturalidade a tentativa de alcançar o objectivo. “É natural que haja um empenhamento do Governo em manter o défice, até porque o procedimento excessivo no contexto em que o cumpre os constrangimentos significaria medidas de política da Comissão Europeia ao nosso país. É algo que nenhum de nós deseja”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas, depois de ser questionada sobre a posição assumida pelo PS em relação à meta do défice para este ano.

A dirigente apontou responsabilidades à “direita” por ter deixado o país em procedimento de défice excessivo. “É bom que seja ultrapassado [o procedimento], analisaremos o que tivermos analisar”, disse, depois de ter garantido que o partido ainda não foi contactado pelo PS no sentido de estudar qualquer medida extraordinária para o objectivo da meta ser alcançável. “Não estamos a estudar medidas excepcionais”, afirmou no final da primeira reunião da mesa nacional desde a tomada de posse do novo governo.

Catarina Martins apontou como prioridade nesta nova fase a “concretização rápida” das medidas que constam do acordo com o PS, entre as quais constam a reversão das privatizações dos transportes, a recuperação de salários e pensões, a abertura do processo de aumento do salário mínimo, a reposição dos feriados suspensos e das 35 horas na função pública. No entanto, há medidas que o BE continua a “defender” como a necessidade de reestruturar a dívida e a “preocupação” com o sistema financeiro. Essas questões - a da dívida mantém uma divergência com o PS - constam da resolução proposta pela direcção e aprovada por larga maioria dos membros da mesa (62), contra uma outra resolução subscrita por João Carlos Louçã (com quatro votos).

Relativamente às presidenciais, a porta-voz do BE defendeu a “necessidade de a esquerda acabar com o sonho de Cavaco: uma maioria, um Governo e um Presidente”, lembrando que “a direita já perdeu o Governo". E lançou um ataque a Marcelo Rebelo de Sousa, que vai receber o apoio do PSD e CDS, e que “não estará do lado da concretização das medidas" acordadas à esquerda, mas "do lado" de quem pensa que essas medidas "possam falhar”. Catarina Martins reiterou que “a candidatura de Marisa Matias é para levar até ao fim", e que o Bloco vai lutar para que “possa passar à segunda volta”. Relativamente aos outros candidatos, a dirigente criticou Maria de Belém ao “estranhar” as declarações em que afirmou que o seu compromisso “não é com a Constituição mas com as instituições”.

 

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