Microcrédito recebe mais de 1.500 candidaturas que resultam em 130 projetos

A Associação Nacional de Direito ao Crédito refere que, desde que foi introduzido em Portugal, há 17 anos, o montante concedido em microcrédito ascende a 13 milhões de euros.

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ANDC comemora no sábado o Dia do Microempresário Hélder Olino

A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) recebeu este ano 1.565 novas candidaturas ao microcrédito, que resultaram em 130 novos projectos, num montante de crédito de perto de 1,3 milhões de euros.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira pela associação responsável pela introdução do microcrédito em Portugal e que comemora no sábado o Dia do Microempresário, uma iniciativa que decorre pelo terceiro ano consecutivo e que tem como objectivo "celebrar a atitude de quem arriscou e criou o seu próprio negócio".

A data pretende ainda sensibilizar a população para a importância do microcrédito no combate ao desemprego e à exclusão social e financeira.

De acordo com a ANDC, desde que foi introduzido em Portugal, há 17 anos, o montante concedido em microcrédito ascende a 13 milhões de euros, que resultaram na criação de 2.286 novos postos de trabalho, tendo sido criados em média, nos últimos 10 anos, 157 micro negócios por ano.

Segundo os dados disponibilizados pela ANDC, este ano foram recebidas já 1.565 novas candidaturas, que resultaram em 130 projectos creditados, aos quais corresponde o montante de crédito aproximado de 1,285 milhões de euros.

"Os estudos de avaliação promovidos pela ANDC comprovam que o microcrédito é um instrumento eficaz de inclusão social e altamente eficiente, numa perspectiva social e de política pública, no apoio ao empreendedorismo", afirma o presidente da ANDC, António Baptista citado na nota da associação.

As áreas nas quais se verifica o maior número de projectos creditados são o comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos, seguida do alojamento, restauração e similares.

Numa análise geográfica, o Norte é a zona com o maior número de novos microempresários (41%), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (23%), Centro (18%), Algarve (15%) e Alentejo (3%).

Em 2015, os créditos foram atribuídos na sua grande maioria a empreendedores entre os 31-40 anos (42%), com habilitações literárias ao nível do 12.º ano (36%).

"A procura por microcrédito tem vindo a aumentar nos últimos anos e há cada vez mais empreendedores a considerar a modalidade microcrédito para iniciarem o seu negócio", refere António Baptista.

Contudo, acrescenta, "ainda temos um longo caminho pela frente, pois ainda existe um grande desconhecimento das soluções de microcrédito por parte dos mais desfavorecidos, que a ANDC tem vindo a combater ao longo destes 17 anos".

Para assinalar o Dia do Microempresário, a ANDC vai organizar um ciclo de conferências sobre o tema em Lisboa, desafiando ainda o público "a olhar para a rua onde mora e a descobrir os micro negócios", comprarem localmente e darem atenção ao comércio de proximidade.

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