PCP desafia PS a assumir Governo “seja qual for desfecho” das negociações

Jerónimo de Sousa classificou eleições como “derrota do PSD e CDS” que tem de ter “consequências políticas e institucionais”.

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Reunião entre o PCP e Passos Coelho Daniel Rocha
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Encontro entre o PS e o PSD Daniel Rocha

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, manifestou nesta quarta-feira a convicção de que o PS tem todas as condições para assumir o próximo Governo. Numa decalaração sem direito a perguntas, após uma reunião de preparação do Conselho Europeu com o primeiro-ministro, o comunista colocou a pressão sobre o socialista António Costa. Isto porque o líder do PCP não deu como garantido um acordo com o PS.

“Seja qual for o desfecho [das negociações] nada impede o PS de formar Governo e entrar em funções”, disse Jerónimo de Sousa depois de classificar o resultado das últimas eleições como uma “derrota do PSD e CDS” por terem perdido a maioria absoluta. Uma “derrota” que tinha de “ter consequências políticas e institucionais”.

Mas o secretário-geral do PCP acrescentou depois que nada estava ainda garantido à esquerda. “Não iludimos dificuldades”, nem a distância “dos pontos de partida” ou mesmo a expectativa sobre a “verificação em concreto” das negociações em curso, disse o comunista em São Bento. E depois garantiu que o PCP estaria “contra” todas as propostas que colocassem em risco os direitos dos trabalhadores.

Governo do PS “respeitará sempre todos os valores e compromissos europeus”
Antes de Jerónimo, o socialista Vitalino Canas escusou-se nesta quarta-feira a comentar directamente o processo de negociações que envolvem o PS, apenas assumindo o empenho socialista de respeito pelos valores e compromissos europeus.

Questionado sobre as possibilidades de formação de governo, Vitalino Canas afirmou que “qualquer solução governativa em que o PS participe será sempre uma solução que respeitará todos os valores europeus e todos os compromissos europeus”.

O deputado foi um dos três socialistas – junto com Ferro Rodrigues e Vieira da Silva -  que se deslocaram a São Bento para uma audiência de preparação com o primeiro-ministro sobre o próximo Conselho Europeu. Da reunião com Passos Coelho, o socialista deu a entender que a maior parte versou sobre a questão dos refugiados em relação à qual defendeu que a Europa definisse “uma solução a longo prazo”. Manifestou ainda não ter expectativas sobre a possibilidade de “haver grandes desenvolvimentos” a propósito da União Económica Monetária.

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