Recusada liberdade condicional a Vale e Azevedo

“Pretende desenvolver uma actividade que implica movimentações financeiras de grande dimensão e, como tal, é chão fértil para a sua propensão criminógena”, escreveu juíza

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João Vale e Azevedo foi detido em Novembro depois de ter sido extraditado de Londres Daniel Rocha

Com oito anos e dez meses de cadeia cumpridos, o antigo presidente do Benfica Vale e Azevedo vai continuar preso: a juíza encarregue de rever a sua situação recusou-se a colocá-lo em liberdade condicional, invocando a sua tendência para o crime.

O facto de o recluso ter referido que quer continuar a exercer a profissão de consultor quando ficar em liberdade não contribuiu para criar uma boa impressão à magistrada, segundo a qual Vale e Azevedo revela uma personalidade centrada em si própria, manipuladora e astuta. “Pretende desenvolver uma actividade que, directa ou indirectamente implica movimentações financeiras de grande dimensão e, como tal, é chão fértil para a sua propensão criminógena”, pode ler-se na sentença datada do mês passado que lhe nega a liberdade condicional, e da qual Vale e Azevedo já recorreu. Caso não lhe seja dada razão sairá da cadeia da Carregueira em Junho do ano que vem, altura em que atingirá os cinco sextos da pena e a lei lhe permite por essa razão ficar em liberdade condicional.

Condenado por burla qualificada, falsificação de documentos e peculato a onze anos e meio de prisão, num cúmulo jurídico relativo aos processos Ovchinnikov/Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, o antigo presidente do Benfica pretende ainda, quando ficar livre, dedicar-se à organização de eventos e explorar uma casa de hóspedes na Quinta de Cima, em Colares, onde pretende continuar a morar.

No recurso que apresentou, Vale e Azevedo salienta que a equipa dos serviços prisionais que analisou o seu caso entendeu, ao contrário do tribunal, que ele reunia condições para beneficiar da liberdade condicional.

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