Encadernar é preciso

Escrever com tinta num papel voltou com uma gloriosa vingança.

Se gosta de papelarias, de papel e de material de escritório, no sentido mais nobre e pessoal e menos oficial e burocrático, deve já saber que são os japoneses (mais uma vez ou como sempre; tanto faz) que vão avançando mais nestas delícias.

Escrever com uma caneta (que até pode não ser de tinta permanente) num bom papel, com tinta fresca, é uma experiência que recompensa. É no traço da nossa caligrafia e na mancha no papel que fica a nossa impressão individual.

As mesmas palavras (como estas) quando são escritas num teclado têm de esforçar-se mais para parecerem verdadeiras, para não falar na maior dificuldade de conseguir que pareçam ser nossas.

Escrever com tinta num papel voltou com uma gloriosa vingança. Veja-se como são os mais novos que não só socorrem como melhoram e tornam comercialmente viáveis as grandes tradições. É o caso da loja Kakimori, justamente filmada pela nunca-má-de-todo revista Monocle. Acende a alma ver o vídeo que achará aqui: https://vimeo.com/77957591.

Maior alento ainda vem do curso de encadernação que oferece a Fundação Ricardo Espírito Santo Silva. Dura só um ano mas ensina a trabalhar bem durante uma vida inteira.

Para as pessoas que, tal como eu, têm a sorte de não terem a necessidade de aprender bem a encadernar há duas grandes ajudas brasileiras, ambas gratuitas. Uma é a http://youtu.be/K9TNVggjkDc. E a outra é https://www.youtube.com/watch?v=3e6ILIUot8g.

A música é horrenda mas as lições são preciosas.

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