Ordem do Médicos do Norte apoia greve dos médicos do IPO do Porto

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos concorda com adesão à greve mas o IPO do Porto apela à saúde e segurança dos doentes oncológicos.

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Paulo Pimenta/Arquivo

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) manifestou esta terça-feira o seu apoio aos médicos do IPO do Porto que decidiram aderir à greve agendada pelo Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) para quinta e sexta-feira. A Ordem dos Médicos/Norte lembra que esta acção reivindicativa tem como objectivo "o cumprimento da legislação em vigor sobre o trabalho médico, concretamente a aplicação prática dos descansos compensatórios obrigatórios".

"Não obstante as intervenções sindicais sobre esta matéria, a administração do IPO do Porto continua a não aceitar o direito ao descanso compensatório obrigatório com prejuízo de horário, desrespeitando a lei e as deliberações hierárquicas (ACSS)", refere o CRNOM. Assim, "conscientes de que estamos perante matéria do foro laboral, e portanto, eminentemente sindical, não podemos deixar de apoiar os médicos do IPO do Porto que decidam aderir à posição reivindicativa assumida pelo Sindicato dos Médicos do Norte", afirma, em comunicado.

"É que, a administração do IPO do Porto, ao manter a sua posição, coloca em sério risco a saúde dos doentes e dos médicos, prejudica a qualidade dos cuidados de saúde e aumenta de forma significativa a possibilidade de erro médico", considera ainda a Ordem dos Médicos/Norte.

De acordo com o Sindicato dos Médicos do Norte, esta situação obriga os clínicos a trabalhar "pelo menos 30 horas seguidas, colocando em risco a saúde e segurança dos doentes oncológicos" mas, em declarações recentes à Lusa, a administração do Instituto de Oncologia do Porto considerou "inoportuna e injustificada" a greve da quinta e sexta-feira.

A posição de apoio da SRNOM aos médicos que adiram à greve no IPO/Porto esta terça-feira anunciada coincide com a divulgação do Relatório da Primavera 2015 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) que conclui que em Portugal faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos, as taxas moderadoras são elevadas e é cada vez mais difícil o acesso a camas hospitalares e a medicamentos.

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