Professores vão prolongar greve ao exame de Inglês até 30 de Junho
Cerca de 5550 alunos do 9.º não fizeram prova escrita por causa da greve.
A plataforma sindical da educação vai entregar, ainda esta sexta-feira, ao Ministério da Educação e Ciência (MEC), um pré-aviso de greve para prolongar o protesto a todo o serviço à prova de inglês da Cambridge até 30 de Junho.
"Pensamos que não vai dar para concluir em Maio as provas ainda por fazer e hoje mesmo entregaremos no MEC um pré-aviso de greve até ao final de Junho", disse em conferência de imprensa, em Lisboa, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), uma das oito estruturas que fazem parte da plataforma sindical da Educação.
A componente oral do chamado Preliminary English Test (PET) para alunos do 9.º ano devia terminar a 22 de Maio, mas os sindicatos duvidam que isso seja possível, tendo em conta a adesão dos docentes à greve aos serviços da prova e a recusa dos professores acreditados para serem examinadores da prova oral em aceitar aplicar mais provas do que aquelas a que foram obrigados.
"Muitos professores não estão para fazer mais exames, até porque teriam que faltar às aulas", declarou Mário Nogueira, que referiu ainda "pressões” sobre docentes para que concluam a formação que lhes dá acreditação para serem examinadores da Cambridge, o que, do ponto de vista dos sindicatos, pode ser indicador de que o prazo para realizar a componente oral poderá ser alargado.
De acordo com os números avançados pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), cerca de 5500 alunos não puderam fazer a prova escrita a 6 de Maio devido à paralisação dos professores.
Na conferência de imprensa, Nogueira indicou ainda que a plataforma sindical vai pedir uma reunião ao ministro da Educação, Nuno Crato, para discutir um regime de aposentação especial para professores que "tenha em conta o desgaste na profissão”. "Vamos defender que, quem tem 40 anos de carreira contributiva, deve poder aposentar-se sem qualquer corte na pensão, independentemente da idade", declarou Nogueira.
Actualmente é exigido que os professores que se queiram reformar sem qualquer penalização tenham 40 anos de serviço e 66 de idade. A penalização para quem se reforme antes dos 66 é de 6,5% por cada ano abaixo dessa idade.