Aulas começam com “greve ao serviço da ‘Cambridge’”

Em comunicado, Fenprof diz que se os professores chamados a fazer formação nos próximos dias a fizerem vão deixar alunos sem aulas.

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Tanto em Lisboa, como no Porto, só há uma secundária com oferta de Latim

Começam nesta terça-feira as aulas do ensino básico e secundário. Depois da interrupção da Páscoa, milhares de alunos voltam aos bancos da escola. Mas com o arranque das aulas, há também professores de Inglês a serem convocados para participar nas acções de formação promovidas pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave), em conjunto com a Universidade de Cambridge. E um pré-aviso de greve que abrange essas acções de formação.

Em comunicado, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) lembra que foi adiado para a próxima semana o início dos testes de oralidade aos alunos (Preliminary English Test for Schools), que são obrigatórios para o 9.º ano do ensino básico e, no âmbito dos quais, docentes de Inglês têm sido chamados a fazer formação. O pré-aviso de greve, diz, permite-lhes não fazer essa formação.

Os que “estiverem a participar nestas formações, deixarão sem aulas os seus alunos logo nos dois primeiros dias do terceiro período lectivo”, prossegue. Ainda segundo o comunicado da Fenprof, subscrito por mais seis organizações sindicais, a “greve ao serviço da ‘Cambridge’” não poderá ter qualquer custo para os professores de Inglês uma vez que, “não assumindo o serviço que pretendam atribuir-lhes no âmbito do processo ‘Cambridge’, os professores terão de garantir, na totalidade, o serviço que têm distribuído na sua escola”.

Já se os professores aceitarem participar neste processo — frequentando as formações, realizando os testes de oralidade e classificando as provas — “terão as respectivas escolas de os libertar da componente não lectiva de estabelecimento ao longo de todo o terceiro período, sendo-lhes ainda atribuídos mais 12 dias de dispensa depois de terminadas as aulas”.

Contactado pelo PÚBLICO o ministério esclarece que o que ficou definido "é que os professores classificadores ficam dispensados da componente não lectiva durante o 3.º período, entre 8 a 12 dias e não de doze dias iguais para todos". O número de dias varia conforme as funções desempenhadas pelos docentes classificadores.

Mário Nogueira, secretário-geral da federação, já explicou anteriormente as razões deste protesto: os docentes têm sido “obrigados a frequentar acções de formação com prejuízo das suas próprias aulas” sendo que “não podem ser forçados a fazer um trabalho que resulta num acréscimo em relação ao que lhes estava atribuído”. Cerca de 2200 professores estão envolvidos neste processo.

Para além de terem de frequentar acções de formação, promovidas pelo Iave em conjunto com a Universidade de Cambridge, os docentes estavam inicialmente obrigados a realizar uma prova para avaliar a sua proficiência linguística e só os que a realizassem e fossem certificados poderiam classificar o teste de Inglês do 9.º ano. O Ministério da Educação recuou e tornou facultativas essas provas.

 

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