Mineiros da Panasqueira pedem aumentos de 7% do salário

Proposta da empresa de actualizar ordenados em 0,5% é considerada “ridícula” pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.

Foto
Minas da Panasqueira empregam 370 trabalhadores Daniel Rocha

Os mineiros da Panasqueira analisam nesta quinta-feira, a partir das 14h30, em plenário, as respostas da empresa relativamente ao caderno reivindicativo para 2015, que incluem a reivindicação de aumentos salariais.

O plenário é promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) que defende um aumento salarial de 7% com o mínimo de 50 euros por trabalhador, contra os 0,5% que foram propostos pela concessionária desta mina de volfrâmio - a empresa Sojitz Beralt Tin and Wofram Portugal, que integra um grupo empresarial japonês.

Segundo o STIM, a proposta da empresa é "ridícula", porque "num salário médio de 700 euros tal representa 3,5 euros por mês, ou seja, 11 cêntimos por dia", referiu à agência Lusa o porta-voz do sindicato, Luís Paulo Mendes. O sindicalista, que durante a manhã de hoje também reunirá com a administração da empresa, informou ainda que pedirá esclarecimentos aos responsáveis da companhia sobre as informações que têm vindo a público e que dão conta de alegadas dificuldades naquela empresa, devido à queda da cotação do volfrâmio.

Luís Paulo Mendes garantiu que está a acompanhar a situação com "preocupação", mas também mostrou "estranheza" pelo facto de as mesmas coincidirem com o período de negociações. As alegadas dificuldades da empresa já foram, aliás, alvo de um alerta deixado na Assembleia Municipal da Covilhã pela presidente da Junta de Freguesia de Aldeia de São Francisco de Assis, que referiu que a Sojitz Beralt Tin já estaria a despedir funcionários e que a actividade da mina poderia mesmo estar em causa se a situação não se invertesse.
Despedimentos que não são ainda confirmados pelo Sindicato que, de acordo com Luís Paulo Mendes, apenas tem conhecimento da não renovação de contratos temporários, o que, segundo acusa, "é prática corrente da empresa para não ter de colocar os trabalhadores no quadro de efectivos".

Entretanto, o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, também já pediu uma audiência à administração de modo a tentar esclarecer toda a situação, que espera ser apenas "conjuntural". "Estamos a aguardar que a mesma seja marcada porque, naturalmente, acompanhamos qualquer alteração com a máxima preocupação, já que estamos a falar de uma empresa que é uma importante fonte de riqueza para todo o concelho e região", referiu em declarações à Lusa. A agência Lusa também já contactou a administração da empresa, mas até ao momento não obteve resposta às questões que, tal como solicitado, foram enviadas por e-mail.

As Minas da Panasqueira empregam actualmente cerca de 370 trabalhadores, essencialmente dos concelhos da Covilhã e Fundão, no distrito de Castelo Branco, bem como de localidades do concelho da Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra.

Sugerir correcção
Comentar