Konono Nº1 juntam-se a Batida em Lisboa e Coimbra

A celebrada banda congolesa escolheu Pedro Coquenão, de Batida, para produzir o novo disco, e vamos ouvir em Março a música que resulta do encontro.

A banda congolesa, fundada nos anos 1970, foi revelada no Ocidente com a edição de <i>Congotronics</i> em 2004
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A banda congolesa, fundada nos anos 1970, foi revelada no Ocidente com a edição de Congotronics em 2004 DR
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Com Batida, e apesar do centro ser sempre Lisboa e Luanda, Pedro Coquenão tem sido alvo de atenção crescente, culpa de uma música feita síntese entre sons e culturas diversas DR

Batida, conexão Lisboa-Luanda, com olhar alargado a mais Europa e mais África, que já nos ofereceu dois álbuns celebrados. Konono Nº1, grupo congolês que inventou nos anos 1970, em regime do it yourself, uma nova linguagem para a tradição do seu país, e que em 2004 entrou de rompante na memória colectiva melómana. Batida e Konono Nº1 juntos. Os segundos escolheram Pedro Coquenão, o músico por trás de Batida, para produzir o seu novo disco. E, enquanto o processo decorre, irão mostrar-nos em concerto o que estão a preparar. Privilegiados, vamos tomar o pulso ao encontro no Lux, em Lisboa, a 6 de Março, e no dia seguinte no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra (a actuação servirá para comemorar o 29º aniversário da Rádio Universidade de Coimbra).

Os Konono Nº1 são o grupo que descobrimos em 2005, quando Congotronics revelou ao Ocidente a música hipnótica e febril que, com três likembes (um pequeno lamelofone africano) amplificados ou percussões recicladas dos despojos de plástico de Kinshasa, criavam na capital da República Popular do Congo desde a década de 1970. Os Batida são a ideia do luso-angolano Pedro Coquenão: Lisboa e Luanda e, como ouvido em Dois, o segundo álbum, editado em 2014, uma nova música a sintetizar-se e a alargar as suas fronteiras – o kuduro e o semba, a África do Sul e o Quénia, electrónica de hoje e sons tradicionais de todos os tempos unidos com mestria.

Batida faz o seu percurso correndo o mundo, colhendo elogios Europa fora (editam pela britânica Soundway), participando no African Express montado por Damon Albarn, apresentando-se como autores de um som miscigenado vibrante. Konono Nº1, depois de Congotronics, foram convidados a juntarem-se a Björk ou Herbie Hancock, e tornaram-se nome com presença regular e sempre aguardada no circuito de concertos europeu e norte-americano, cruzando o universo das chamadas músicas do mundo e o do rock - em 2011, por exemplo, vimo-los ao lado de Juana Molina ou de músicos dos Deerhoof e dos Kasai Allstars em Congotronics vs Rockers.

Agora, será tempo de ouvir o que resultará do encontro com Batida. De o ouvir em primeira mão, enquanto o encontro acontece. Um privilégio, repetimos.

 

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