O mais recente espectáculo de Cristina Branco, Idealist, criado a partir de um triplo CD que condensou 17 anos de carreira e 13 discos em 58 temas, três deles originais, chega finalmente a Portugal.

Depois de estrear no Alhambra de Paris, a 31 de Janeiro deste ano, andou pela Holanda (32 concertos), Alemanha, Bélgica, Escandinávia, México. Cerca de 90 concertos, até chegar esta quinta-feira ao grande auditório do CCB (21h). Mudou alguma coisa, entretanto. “Há temas que perdem contexto nesta formação e também perdem contexto na minha história”, diz Cristina Branco. Ela e os músicos, Ricardo Dias (piano), Bernardo Couto (guitarra portuguesa) e Bernardo Moreira (contrabaixo), foram rodando temas e ficaram no espectáculo “os mais fortes”, os “mais bem agarrados”.

No CCB, Cristina tem vários convidados especiais. Um é Camané, com quem cantará, em dueto, dois temas que ele escolheu de entre os que ela tinha gravado: Cansaço e Abandono, ambos de Amália. “Gosto muito de cantar com o Camané, ele tem uma maneira de olhar para as coisas easy going, como eu. Com ele nada se complica, as coisas acontecem.”

Manuela Azevedo, dos Clã, cantará, também em dueto, temas do disco que Cristina dedicou integralmente a José Afonso, Abril. “Achei que era o mais indicado. Gosto imenso da Manuela, acho que ela tem muito bom gosto e tem uma maneira de cantar entre o sóbrio e o exuberante, que nela é sempre uma coisa clássica.” Cantarão, juntas, A ronda das mafarricas e No comboio descendente. Mais à frente, do mesmo disco, Cristina cantará sozinha, com novo arranjo, sem bateria e com guitarra portuguesa, Carta a Miguel Djedjé.

O pianista João Paulo Esteves da Silva, outro dos convidados, vai acompanhá-la em O lenço da Carolina, tema de que é co-autor. Além dele, estarão ainda no CCB Mário Delgado (guitarra) e Alexandre Frazão (bateria), que com ela gravaram o disco Abril.