Bruno Ribeiro é Nohista, um artista que trabalha o inesperado

Em todos os seus projectos Nohista desenvolve ideias onde imagem, som, luz e cenário se unem em coreografias coordenadas

Bruno Ribeiro, conhecido por Nohista, parisiense de nascença (pai português e mãe colombiana), é um artista visual e de som há quatro anos. Os seus projectos consistem na criação de novas narrativas que unem som e imagem em espectáculo audiovisuais.

Bruno começou por estudar cinema durante cinco anos e outros dez a estudar guitarra e música. Chegou a trabalhar alguns anos como motion designer e recentemente foi um dos artistas que marcou presença no Get Set Art Festival, onde falou dos seus trabalhos. “Todos os meus trabalhos são sobre o inesperado. Começam como uma ideia, mas há uma grande diferença entre a ideia e o produto final. Pelo meio há muitos acidentes, muito tempo gasto, muitas repetições e tentativas até se conseguir aquilo que se quer fazer. Por isso, sim, o inesperado é uma parte do meu trabalho.”

A sua profissão permite-lhe acesso a uma maneira de combinar duas das suas paixões: música e vídeo. “Tudo o que faço foca-se na relação entre o som e a imagem, porque assim pode-se criar experiências cinestéticas para o público. Eu realmente acredito que se se conseguir encontrar a combinação perfeita entre som, luz e imagens poderão ser criadas experiências fortes e únicas.”

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Nohista esteve recentemente no Get Set Art Festival que decorreu no Porto Sara Sampaio

Curiosamente o seu nome artístico, Nohista, surgiu como sendo uma piada, no entanto a alcunha pegou. “Como já fiz muitos projectos com este nome agora é um pouco difícil de o mudar.” Explicou Bruno rindo-se.

Novas experiências audiovisuais

Recentemente a 21 de Maio, Nohishta esteve no IX Symposium, evento que decorreu em Montreal no Canadá, que permitiu que os participantes partilhem conhecimentos e experiências relativamente a tecnologias imersivas e interativas e falem sobre a arte que está a emergir a partir das mesmas. Lá apresentou “IRM”, um trabalho onde misturou imagens da bailarina Katia Petrowick com sons e gráficos gerados a computador.

Um dos seus projectos mais populares é “Cyclique”, apresentado pela primeira vez em 2013 na Nuit Blanche em Amiens, França. Tratou-se de uma instalação composta por 256 balões enchidos com hélio e equipados com LEDs. Esta matriz flutuante de 700 metros quadrados, de seguida acende-se sequencialmente e em ritmo com música, oferecendo ao público uma experiência audiovisual imersiva. “PUPP3TS”, trabalho de 2013, também é um dos seus trabalhos mais reverenciados, no qual é questionado o lugar do ser humano no seu ambiente, mais especificamente num ambiente digital.

No geral, as críticas ao seu trabalho têm-se revelado positivas, apesar de nem sempre o seu trabalho ser completamente compreendido. “Por vezes as pessoas não sabem realmente como julgar ou escrever sobre isto, porque não é só música ou vídeo”.

Bruno já teve os seus trabalhos exibidos em vários festivais internacionais e eventos em várias partes do mundo além do seu país de nascença. Já esteve na Áustria, Brasil, Canadá, Inglaterra, Itália, República Checa, Perú, entre outros.

Daqui a duas semanas Nohishta irá viajar para Montreal, Canadá, onde ficará a trabalhar durante cerca de seis meses. Entretanto irá terminar uma instalação, que será exibida futuramente em Paris.

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