Diogo Faro vai ser Sensivelmente Idiota no Famous Humor Fest

Diogo Faro actua no dia 26 de Setembro às 23h, apresentando o seu "Sensivelmente Idiota" num formato de "late night" à americana. "É como o Sacavenense ir à Liga dos Campeões", disse ao P3

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Era criativo numa agência de publicidade mas há um ano decidiu partir para uma carreira exclusivamente como comediante. Tudo começou com Sensivelmente Idiota, um canal através do qual Diogo Faro — um sportinguista nascido e criado na freguesia de Alvalade — tece comentários sensíveis às idiotices do nosso tempo. Fomos falar com ele sobre isso de trocar quase tudo pela comédia. Diogo actua no dia 26 de Setembro (pelas 23h) no Famous Humor Fest. "É stand-up meu, com convidados, entrevistas e rubricas parvas".

Como começou o Sensivelmente Idiota?

Começou de uma forma muito simples. Sempre teci uns comentários desgarrados no Facebook e uma amiga um dia desafiou-me a começar um blogue, onde pudesse desenvolver crónicas mais estruturadas, mais coerentes. Esse foi o princípio. Era um blogue onde escrevia apenas uma vez por semana, e o objectivo era mais que circulasse entre amigos. Ao fim de um ano acabei por pôr o blogue um pouco mais de lado e apostar no Facebook por ter mais exposição.

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Esta não será a primeira vez que o Sensivelmente Idiota é transformado num talk-show, mas Diogo Faro promete material exclusivo

Achas que o teu registo mudou com a passagem do blogue para o facebook?

Não posso dizer que tenha notado tanto isso. Sinto é que a minha escrita se foi desenvolvendo naturalmente. Noto isso quando comparo coisas que escrevia há uns anos com as que escrevo agora, não têm grande relação. Mas não julgo que a transição para o Facebook tenha tido esse efeito. Mesmo quando leio os comentários que recebo, seja em público ou por mensagem, não deixo que interfira com o meu tom ou os meus temas. O que está ali é o meu estilo, e se as pessoas não gostarem há muitos outros comediantes que podem seguir.

Como foi essa decisão de abandonar o emprego?

Isto foi uma decisão feita há cerca de um ano. Trabalhava numa agência de eventos, e gostava de trabalhar lá. Mas as coisas estavam a correr bem com o Sensivelmente Idiota e decididi abdicar dessa carreira. Por melhor que a página de Facebook estivesse a correr, aquilo não é uma plataforma lucrativa. Comecei a fazer stand-up em Dezembro de 2012, e tenho noção que um ano e meio de stand-up não é nada, que ainda tenho muito para aprender. Mas também tenho escrito, estou num programa na Sporting TV, e já levei o Sensivelmente Idiota num formato talk show ao Teatro Villaret.

E como é que tem sido a recepção às tuas actuações?

Eu decidi que ia vendo e analisando esta minha escolha a cada momento. Se eu visse que não estava a dar e não arranjava trabalho, voltava à minha área. Mas as coisas têm corrido bem, tenho recebido convites para vários projectos, tenho feito bastantes espectáculos e a reacção tem sido muito boa, tenho recebido elogios tanto da audiência como de comediantes da primeira liga. Para mim, actuar no Famous Humor Fest é como o Sacavenense ir à Liga dos Campeões. O espectáculo que vais levar ao Famous Humor Fest é o Sensivelmente Idiota num formato de "late night" ao estilo americano.

Não é a primeira vez que fazes algo nestes moldes.

O formato em si já levei ao Teatro Villaret, sim. É stand-up meu, com convidados, entrevistas e rubricas parvas. Mas no Famous Humor Fest vou ter material novo, como aliás é o conceito do Famous Humor Fest, de trazer espectáculos únicos.

Este formato de "late night" já teve algumas aproximações tímidas na televisão portuguesa, mas nunca encontrou espaço. Porque é que achas que não resulta no nosso país?

Porque o que funciona na televisão portuguesa é a Casa dos Segredos. Arriscar um formato puramente late night provavelmente não ia funcionar, não tão bem como ter um programa com famosos a dançar ou um programa com não-famosos fechados numa casa. Em qualquer país há gente que gosta de um estilo e de outro, a diferença no caso português será a nossa dimensão: não temos mercado suficiente para suportar um programa ao estilo Conan ou Fallon. De resto, acho que há cada vez mais vontade desse género de comédia no país, mas talvez ainda não a suficiente para as televisões generalistas. O "5 Para a Meia-Noite" é um óptimo programa que se aproxima bastante desses moldes, mas como tem gente de todas as idades a ver e passa em horário nobre num canal público não pode arriscar lidar com certos tons ou materiais.

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