Watch Dogs: controlar tudo através de um toque

Watch Dogs não é o jogo que vem demonstrar as verdadeiras capacidades das consolas de nova geração, mas diverte

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Watch Dogs, o mais recente jogo editado pela Ubisoft, procura retratar o papel da tecnologia como elemento omnipresente nas nossas vidas. Seja o despertador que nos acorda, o microondas que nos prepara o pequeno-almoço ou a placa de informação que nos avisa do tempo que falta para chegar o nosso transporte. Como efeito, é (praticamente) impossível evitar a tecnologia que nos rodeia.

Com a chegada de "gadgets" altamente sofisticados como os "smartphones", que nos permitem estar permanentemente ligados, tanto a nossa dependência à tecnologia como a partilha de informação (desejada ou não) aumentaram exponencialmente.

Em Watch Dogs e ao nosso comando temos Aiden Pearce, um "hacker" que utiliza o seu "smartphone" para interferir com o ctOS, um sistema operativo que controla diversos dispositivos electrónicos espalhados pela cidade de Chicago. Pearce consegue "hackear", por exemplo, caixas multibanco, semáforos, pontes levadiças ou câmaras de vigilância.

Controlo e poder

O conceito de Watch Dogs é bastante interessante e, nos seus primeiros momentos, dá-nos uma certa sensação de controlo e de poder sobre Chicago. O problema é que rapidamente essa sensação desaparece. A rotina em Watch Dogs instala-se muito rapidamente, uma vez que as missões que Pearce tem pela frente são bastante idênticas entre si.

A condução de veículos é algo que também falha em Watch Dogs. Há já muitos anos que não sentia tão irreal a simulação de condução num videojogo. Também não se percebe como é que Aiden consegue utilizar o seu "smartphone" enquanto conduz, mas não é capaz de puxar de uma das suas armas para afastar inimigos que estejam no seu encalce. (Não que seja a favor da utilização de armas enquanto se conduz!).

Não quero dizer com isto que Watch Dogs seja um mau jogo. Pelo contrário. Depois de passar várias horas a infiltrar-me em servidores de alta segurança para recolher informações confidenciais ou a impedir que criminosos fossem avante com os seus planos, posso dizer que fiquei satisfeito. O que também tive a oportunidade de concluir é que Watch Dogs não é o jogo que vem demonstrar as verdadeiras capacidades das consolas de nova geração, apesar de conseguir apontar os seus sucessores na direcção certa. Enquanto esses sucessores não chegam, Watch Dogs consegue divertir todos os dependentes de tecnologia que sempre sonharam em controlar tudo através de um toque.

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