Fox cria campo de treino para aumentar número de mulheres realizadoras

Estúdio, um dos majors de Hollywood, lança programa de tutoria que visa aumentar diversidade atrás das câmaras.

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Bigelow é a única mulher com o Óscar de realização ALBERTO PIZZOLI/afp

As notícias sobre a ausência de mulheres na cadeira de realizador dos maiores filmes da indústria, os americanos, não serão exageradas e meses depois de mais um relatório assassino para a paridade em Hollywood, a 20th Century Fox, um das majors, lança agora um programa para realizadoras para tentar melhorar os números da profissão. Descrito como um “programa de tutoria” ou como um “boot camp” ou campo de treino, o programa é lançado esta semana.

Intitulado Fox Global Directors Initiative, abrange 20 participantes para um programa tipo laboratório de cinco semanas dedicado a realizadoras, dos quais serão escolhidos cinco finalistas que passam a uma fase de formação mais longa, de cerca de dez meses e que terá, segundo a Variety, um corolário prático: apoios à produção e financiamento para uma curta sob a alçada da Fox. A Fox Global Directors Initiative, de acordo com a revista norte-americana, visa ajudar à emergência mais visível da perspectiva das mulheres e de outras vozes dentro do objectivo maior da diversidade no cinema, mas também no audiovisual em geral.

“Hoje, para nos ligarmos aos espectadores precisamos de histórias que representem o espantoso espectro de experiências e vozes no mundo real”, disse Joe Earley, CEO da Fox, sem mencionar especificamente as mulheres. “Além dos argumentistas, a visão dos realizadores é chave na medida em que obviamente dão vida a estas histórias através das suas lentes.”

Este ano, Jane Campion presidiu ao júri do mais importante festival de cinema do mundo, em Cannes, lugar já ocupado por outras mulheres, actrizes e realizadoras. Mas a realizadora neo-zelandesa é a única mulher com a Palma de Ouro em toda a história do festival. A norte-americana Kathryn Bigelow continua a ser a primeira e única mulher a ter ganho o Óscar de Melhor Realizadora (em 2010, por Estado de Guerra). E o recente estudo do Center for the Study of Women in Television and Film (CSWTF) concluiu que entre os cem filmes mais vistos de 2013 no maior mercado mundial de cinema, o dos EUA, só 15% tiveram mulheres como protagonistas. O mesmo CSWTF revelou que no ano passado apenas 6% de todos os realizadores dos 250 filmes mais populares desse ano eram mulheres, número que piorava já com uma quebra de 3% em relação aos números de 2012.

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