Novo sistema da Apple liga o iPhone ao mercado da saúde

Aplicação permite monitorizar condição física dos utilizadores. A Apple já está a trabalhar com empresas da área.

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O presidente executivo, Tim Cook, na apresentação Justin Sullivan/Getty Images/AFP
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A Apple criou uma plataforma para aplicações de saúde Justin Sullivan/Getty Images/AFP

A Apple apresentou, ao final da tarde de segunda-feira, o iOS 8, a nova versão do sistema operativo que equipa os iPads, iPhones e iPods Touch. Entre as novas funcionalidades, reveladas numa conferência anual para programadores, duas mostram que a Apple está a entrar em áreas para onde empresas rivais, entre as quais a Samsung e o Google, se estão também a expandir: a saúde e as casas inteligentes.

Uma nova aplicação que acompanhará o iOS 8 chama-se Health e permite agregar toda a informação sobre saúde que outras aplicações recolhem: peso, ritmo cardíaco, calorias ingeridas, número de horas de sono, quilómetros percorridos, entre muitos outros. Todos estes indicadores já são hoje medidos por uma panóplia de aplicações e aparelhos, muitos dos quais concebidos para funcionar em conjugação telemóveis. As distâncias percorridas pelos utilizadores, por exemplo, são registadas graças à funcionalidade de GPS. Já o ritmo cardíaco pode ser medido por fitas ou relógios usados no pulso.

A Health, porém, é mais do que uma aplicação. Por trás, está o HealthKit, uma plataforma que permite a outras empresas integrarem os seus serviços de saúde com o sistema da Apple. Um dos parceiros da empresa é a Mayo Clinic, uma clínica privada e centro de investigação médica dos EUA, que explicou estar a fazer alterações nas suas aplicações para que estas reajam a situações anómalas na informação agregada pelo utilizador. Por exemplo, em caso de pressão arterial alta, a aplicação poderá dar conselhos práticos ou, eventualmente, entrar em contacto com um médico.

O registo de métricas relacionadas com a saúde tem sido uma tendência dos fabricantes de aparelhos electrónicos (entre eles, a Nike), dos criadores de aplicações e também das marcas de telemóveis. O mais recente topo de gama da Samsung está equipado com um sensor ao qual pode ser encostado um dedo para se obter uma leitura do ritmo cardíaco. A fabricante sul-coreana tem também uma gama de smartwatches (relógios inteligentes, que têm algumas funcionalidades de telemóveis) na qual um dos modelos foi desenhado para praticantes de desporto. E, na semana passada, poucos dias antes da apresentação da Apple, a Samsung revelou o Sami, um sistema de informação pessoal de saúde, não muito diferente do Health.

Outra nova funcionalidade do iOS 8 chama-se HomeKit e é uma plataforma para que os fabricantes de equipamentos domésticos (portas, alarmes, luzes) possam integrar os seus produtos com os da Apple. A ideia é abrir caminho a que o utilizador possa controlar aqueles equipamentos a partir do iPhone ou iPad. A Apple está longe de ser a única a querer entrar no terreno das casas inteligentes. No início do ano, o Google gastou 2300 milhões de euros para comprar a Nest, uma empresa que fabrica sensores de fumo e termostátos que podem ser ligados à Internet e que se ajustam automaticamente.

Na conferência em São Francisco, a Apple mostrou ainda o novo sistema operativo para computadores Mac, chamado Yosemite. Tanto este como o iOS 8 serão distribuídos gratuitamente a partir do Outono. 

 
 

   

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